"Não estamos discutindo cargos", diz Humberto Senador petista garante que apoios do Partido dos Trabalhadores a João Campos e Raquel Lyra independem de indicações políticas para as gestões

Guilherme Anjos

Publicação: 23/01/2025 03:00

Em meio a especulações de insatisfação da CNB – corrente majoritária do PT – com a falta de indicações ao primeiro escalão do prefeito João Campos (PSB), e da entrada dos petistas na gestão de Raquel Lyra (PSDB), o senador Humberto Costa (PT) afirmou, em entrevista à Rádio Folha, ontem, que o partido não está negociando cargos para firmar ou manter alianças, e reafirmou a posição do PT na base do socialista.

“Não estamos discutindo cargos. O que nos faz apoiar o prefeito do Recife não é termos ou não termos cargos. É a política que ele desempenhou, a campanha que fizemos em conjunto, por acharmos que é uma boa proposta para a cidade. Não se trata de cargos ou de eleição”, declarou.

“João Campos fez uma grande administração nos seus primeiros quatro anos, e teve uma votação consagradora. Isso deu a ele a legitimidade de montar o governo da forma que ele considerasse a melhor. Ele estabeleceu suas escolhas, e nós respeitamos integralmente. Não temos que estar comentando, não estamos preocupados com isso. Qualquer decisão dele sobre a participação do PT na administração municipal não mudaria nosso posicionamento em relação à gestão. Continuamos apoiando, fazemos parte da base do governo”, afirmou o Senador.

Secretário-executivo na pasta da Infraestrutura, o ex-vereador de Olinda Vinicius Castello (PT) é um dos nomes ligados a Humberto que compõem a gestão recifense. O senador, no entanto, esclareceu que o convite foi pessoal, e não representa a CNB. “Nós não temos nenhuma pessoa indicada na gestão. Se essas pessoas estão lá, não foram por indicação do nosso grupo”, disse.

BASE DE RAQUEL
Humberto não negou que há uma aproximação de petistas com a governadora Raquel Lyra, em especial, por parte dos deputados estaduais. No entanto, disse que a tucana precisa se comprometer com a reeleição do presidente Lula (PT) para abrir a discussão sobre o petista ter dois palanques em Pernambuco.

Segundo o senador, as alianças estaduais não foram discutidas no último encontro que ele teve com Lula, depois do seu recesso. “O presidente Lula precisa ter o apoio dos candidatos. Não vamos apoiar candidaturas que não estejam comprometidas com a candidatura do presidente. Essa é a primeira condição para discutir palanque.”