Governo faz maior liberação de emendas
Sob pressão, Planalto fechou a última semana com pagamento de R$ 1,6 bilhão ao Congresso, quase 20% do total previsto para este ano
Publicação: 01/07/2025 03:00
![]() | |
Lula aposta na liberação dos recursos para pavimentar a relação com o Legislativo |
O governo federal fechou a última sexta-feira tendo a semana com a maior liberação de emendas em 2025. Ao todo, foi pago R$ 1,6 bilhão, enquanto o Congresso Nacional impôs a maior derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no seu terceiro mandato à frente do Planalto, com a derrubada surpresa do reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A liberação de um montante semelhante numa única semana ocorreu somente em fevereiro, entre os dias 17/2 e 21/2, quando o governo Lula buscava um acordo para votação do Orçamento de 2025. Na ocasião, foi pago R$ 1,2 bilhão, logo antes de o Congresso fechar um acordo para votação da peça orçamentária para depois do Carnaval.
Até o momento, o governo Lula pagou R$ 8,5 bilhões de emendas neste ano. Ou seja, somente na semana passada o Planalto pagou quase 20% das rubricas liberadas em 2025. Há ainda R$ 50,38 bilhões autorizados, sendo R$ 38,65 bilhões que precisam ser pagos pelo Executivo até 31/12.
A liberação das rubricas dos parlamentares é apontada como um dos pré-requisitos para a retomada do diálogo entre o Executivo e o Legislativo. Na última semana, a relação chegou ao seu pior momento com a derrubada do reajuste do IOF e a reação do governo Lula, que se prepara para acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, redistribuiu a ação movida pelo PSOL contra a derrubada do decreto do governo que elevaria o IOF. Com isso, a relatoria da ação passa ao ministro Alexandre de Moraes, que já é relator de ação do PL contra a alta do imposto.
MOTTA
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou ontem que o governo teria sido traído na votação que derrubou o decreto do IOF e disse ter comunicado ao Executivo que a elevação do tributo teria dificuldade de ser aprovada no Congresso.
Em um vídeo publicado no Instagram, há um narrador que diz ser “fake” que o Congresso não olha para o povo e que o governo tenha sido pego de surpresa. Motta, então, aparece e afirma: “Quem alimenta o nós contra eles acaba governando contra todos”. Em seguida, mencionou os 383 votos favoráveis à derrubada do IOF “de deputado de esquerda e de direita”. (Metrópoles e Estadão Conteúdo)