Vereador do Recife aciona polícia contra professores Eduardo Moura protagonizou tumulto na Câmara Municipal após ser chamado de "fascista" e "racista" por manifestantes que estavam nas galerias do plenário

Guilherme Anjos

Publicação: 01/07/2025 03:00

Parlamentar interrompeu discurso e foi às galerias (REPRODUÇÃO/CÂMARA DO RECIFE)
Parlamentar interrompeu discurso e foi às galerias
O vereador Eduardo Moura (Novo) protagonizou um tumulto na Câmara Municipal do Recife ontem ao chamar a polícia contra professores sindicalistas que o chamaram de “fascista” e “racista” nas galerias do plenário. Uma viatura da Polícia Militar chegou ao local, mas ninguém foi preso.

A confusão teve início durante a discussão de um projeto de autoria da vereadora Liana Cirne (PT) que proíbe os parlamentares de interferirem em ações de sindicatos. O texto seria uma resposta ao próprio Eduardo Moura, que removeu cartazes antirracistas numa escola da rede municipal de ensino.

Os manifestantes puxaram os gritos de “fascista” e “racista” enquanto Moura discursava na tribuna do plenário. Ele interrompeu sua fala e se dirigiu a um manifestante específico. “Vou identificar o senhor. Como está me chamando de fascista e racista, está me imputando um crime. Vou levar o senhor para a delegacia”, disparou, antes de ir em direção às galerias.

Fora do plenário, Moura precisou ser segurado por colegas parlamentares. Durante o tumulto, os sindicalistas deixaram a Câmara escoltados pelas vereadoras Liana Cirne e Jô Cavalcanti (PSOL). Em nota, a Câmara Municipal do Recife reafirmou “seu lugar como espaço democrático, de diálogo e de respeito com as diferentes correntes ideológicas”. 

O vereador disse que vai registrar boletim de ocorrência para apurar criminalmente a ação realizada pelos integrantes sindicais envolvidos no caso. Segundo sua assessoria afirmou em nota, a acusação de “racista” e “fascista” feita contra o vereador é “falsa e criminosa”. 

“Na tentativa de intimidar a manifestação legítima da categoria, o vereador acionou a Polícia Militar, criando um ambiente de intimidação e censura. O Simpere considera essa postura uma grave ameaça à democracia. Não aceitaremos que nossa categoria seja criminalizada por exercer o direito à livre manifestação política e sindical”, afirmou, em nota, Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere).