Planalto nega aumento do Bolsa Família Casa Civil teve que desmentir comentário do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, de que haveria reajuste no benefício

Publicação: 08/02/2025 03:00

A Casa Civil negou, nesta sexta-feira (7), que o governo esteja estudando um aumento do Bolsa Família, como anunciado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, em entrevista mais cedo. Segundo a pasta, ligada diretamente à Presidência da República, o tema não está na pauta e nem será discutido.

“A Casa Civil da Presidência da República informa que não existe estudo no governo sobre o aumento do valor do benefício do Bolsa Família. Esse tema não está na pauta do governo e não será discutido”, diz a nota enviada à imprensa pelo órgão.

Dias comentou, em entrevista à agência de notícias Deutsche Welle, publicada nesta sexta, que vai preparar um relatório entre fevereiro e março sobre um possível reajuste no benefício, citando que houve um aumento no preço dos alimentos.

“Como nós trabalhamos com a perspectiva de um ano inteiro, vamos ter que reunir todo mundo da Caisan (Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional) para tomar uma decisão dialogando com o presidente, porque isso repercute. Será um ajuste? Será um complemento na alimentação?”, comentou o ministro.

Questionado se o reajuste é uma opção, Dias respondeu: “Está na mesa. A decisão vai ser tomada até o final de março”. A fala pegou o governo e a Fazenda de surpresa.

O mercado reagiu mal à fala de Wellington Dias, que contribuiu para o fechamento do dólar em R$ 5,7936, com alta de 0,52%, e queda de 1,27% da Ibovespa, maior bolsa brasileira. Houve pressão também pelo cenário externo, com temores sobre a guerra de tarifas promovida pelo governo Trump, dos Estados Unidos.

Um aumento no Bolsa Família necessitaria de mudanças no Orçamento de 2025 para ser implementado, e representaria mais gastos para o governo, na contramão do ajuste fiscal cobrado por operadores do mercado.

COMBUSTÍVEIS
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repetiu suas críticas ao governo Bolsonaro ao ser questionado sobre o preço dos combustíveis, dessa vez citando a privatização de refinarias feita durante a gestão passada.

“Quando você privatiza uma refinaria, ela vai gerar lucro para quem comprou. Você lembra que os postos de gasolina da BR eram da Petrobras, hoje não são mais da Petrobras, o Bolsonaro vendeu. Então, a gente tem que ter clareza de que você não conserta um país que foi destruído em dois anos”, afirmou, argumentando que os preços do combustíveis acabaram influenciados pela alta do dólar. (Correio Braziliense e Estadão Conteúdo)