Moraes ameaça prender Aldo Rebelo
Ministro do STF e ex-ministro da Defesa discutiram sobre termo usado por Rebelo durante depoimento da ação penal sobre golpe de estado
Publicação: 24/05/2025 03:00
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçou prender o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo depois de um bate-boca entre os dois. Rebelo tinha dito que a frase do ex-comandante Almir Garnier - sobre “deixar à disposição” do ex-presidente Jair Bolsonaro as tropas em caso de uma tentativa de golpe - “não pode ser tomada literalmente”. A discussão ocorreu durante audiência que faz parte da ação penal sobre golpe de estado, no STF, ontem. Rebelo é testemunha do réu Garnier.
“É preciso levar em conta que, na língua portuguesa, usamos a força da expressão. A força da expressão nunca pode ser tomada literalmente. Quando alguém diz: ‘estou frito’, não quer dizer que está numa frigideira”, afirmou. O ex-ministro, então, foi repreendido por Moraes.
“O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier falou essa expressão?”, perguntou o ministro. Rebelo respondeu negativamente. “Então, o senhor não tem condição de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos”, repreendeu Moraes.
“A minha apreciação da língua portuguesa é minha e não admito censura”, retrucou Rebelo. Moraes então ameaçou prender o ex-ministro. “Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato”, respondeu o magistrado.
Houve ainda mais entreveros durante essa audiência. A defesa de Garnier, feita pelo advogado Demóstenes Torres, perguntou se a Marinha teria condições para dar golpe de Estado. Moraes, então, repreendeu a defesa.
“Aldo Rebelo é um historiador, é uma pessoa inteligente. Ele sabe que em 64 não foi ouvida toda a cadeia de comando para se dar o golpe militar. Não podemos fazer conjecturas fora da realidade. Não pode perguntar algo que ele não tem conhecimento técnico. Ele é um civil, que foi ministro da Defesa, mas é um civil”, afirmou Moraes. Rebelo afirmou que Garnier não poderia mobilizar tropas da Marinha sozinho. (Estadão Conteúdo)
“É preciso levar em conta que, na língua portuguesa, usamos a força da expressão. A força da expressão nunca pode ser tomada literalmente. Quando alguém diz: ‘estou frito’, não quer dizer que está numa frigideira”, afirmou. O ex-ministro, então, foi repreendido por Moraes.
“O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier falou essa expressão?”, perguntou o ministro. Rebelo respondeu negativamente. “Então, o senhor não tem condição de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos”, repreendeu Moraes.
“A minha apreciação da língua portuguesa é minha e não admito censura”, retrucou Rebelo. Moraes então ameaçou prender o ex-ministro. “Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato”, respondeu o magistrado.
Houve ainda mais entreveros durante essa audiência. A defesa de Garnier, feita pelo advogado Demóstenes Torres, perguntou se a Marinha teria condições para dar golpe de Estado. Moraes, então, repreendeu a defesa.
“Aldo Rebelo é um historiador, é uma pessoa inteligente. Ele sabe que em 64 não foi ouvida toda a cadeia de comando para se dar o golpe militar. Não podemos fazer conjecturas fora da realidade. Não pode perguntar algo que ele não tem conhecimento técnico. Ele é um civil, que foi ministro da Defesa, mas é um civil”, afirmou Moraes. Rebelo afirmou que Garnier não poderia mobilizar tropas da Marinha sozinho. (Estadão Conteúdo)