Dia conturbado fecha com publicação da MP Medida Provisória que compensa recuo na alta do IOF entra em vigor logo após aprovação do Congresso. Hugo Motta diz que não há "compromisso"

Publicação: 12/06/2025 03:00

Sessão da manhã foi encerrada em meio a tumulto e bate-boca: ficou inviável seguir (WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)
Sessão da manhã foi encerrada em meio a tumulto e bate-boca: ficou inviável seguir

O governo federal publicou, ontem, a medida provisória (MP) e um novo decreto com ações para compensar o recuo no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O texto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após encontros com a equipe econômica durante esta semana e após um dia conturbado.

A MP inclui um aumento da alíquota do imposto para receita bruta de empresas de apostas on-line, conhecidas como bets, de 12% para 18%. Há também o início da cobrança de Imposto de Renda de 5% para títulos de investimentos, incluindo, por exemplo, Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou anteriormente que o governo pretende elaborar um novo decreto com o objetivo de recalibrar as alíquotas sobre o IOF. Além disso, a equipe econômica estuda revisar as isenções fiscais, estimadas em R$ 800 bilhões.

Outra proposta em debate é que haja uma redução de 10% em gastos tributários. Existiria ainda uma alteração sobre a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas, que hoje têm alíquotas de 9%, 15% e 20%, retirando a menor delas. Com isso, a cobrança mínima passará a ser de 15%.

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser analisada pelo Congresso Nacional em até 60 dias, prorrogáveis por igual período. Passado esse prazo, a medida perde a validade.

OBSTÁCULOS
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), por outro lado, afirmou que o Congresso não tem “compromisso” para aprovar as medidas propostas na MP.

“Não há o compromisso do Congresso de aprovar as medidas que vêm na MP. Ele [Haddad] fará uma calibragem reduzindo a questão do IOF. A MP vem para que possamos discutir os efeitos daquilo que está sendo trazido pelo governo. O Congresso terá o seu tempo de debate para avaliar as medidas, para que possamos fazer essa compensação”, pontuou o líder paraibano.

“O Congresso cumpriu seu papel com firmeza e responsabilidade, ao reagir ao decreto. Não se trata de confronto, mas de equilíbrio”, destacou Motta. (Metrópoles)