Gilson Machado é solto horas após ser detido
Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife, em maio de 2025, para facilitar a emissão de um passaporte português para Mauro Cid
Adelmo Lucena
Publicação: 14/06/2025 03:00
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Ex-ministro garantiu ao ser liberado que a "relação com Mauro Cid era profissional" |
O ex-ministro do Turismo e aliado de Jair Bolsonaro, Gilson Machado, foi solto na noite de ontem, após ter o alvará de soltura expedido pela Justiça. A soltura ocorreu menos de 12 horas após ele ser detido e levado para o Centro de Observação e Triagem Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife.
“Minha relação com o Mauro Cid era profissional, eu era ministro de estado, ele era ajudante de ordem do presidente. E a gente sempre teve uma relação simples, normal, como sem protocolar”, afirmou Gilson Machado logo após sair do Cotel.
Gilson Machado foi detido pela Polícia Federal na manhã de ontem, no Recife, sob suspeita de envolvimento em uma tentativa de obtenção ilegal de passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e figura central em investigações contra o ex-presidente.
“Recebo com alívio a notícia da soltura do meu pai. A decisão do Ministro Alexandre de Moraes, autorizada a pedido da Procuradoria-Geral da República, é uma resposta àqueles que sempre acreditaram na sua honestidade, na sua história e na sua vida dedicada ao nosso país”, afirmou o Gilson Machado Filho.
“O próprio ministro (Alexandre de Mores) reconheceu que a prisão foi desnecessária. Entendo. Não foi em função de uma medida que nós entramos, nós falamos na audiência de custódia e a própria Procuradora da República reconheceu que era indevida a prisão. Foi a própria Procuradora da República que disse que a prisão era desnecessária e pediu a revogação. Agora, não há que se falar em defesa. Ele não é acusado, ele é investigado. Então quando houver uma acusação, vai haver defesa”, destacou o advogado Célio Avelino.
PRISÃO
Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de uma investigação autônoma para verificar se o ex-ministro atuou para conseguir o passaporte para Mauro Cid. O inquérito tramita em sigilo no STF, também sob a condução do ministro Alexandre de Moraes.
A representação encaminhada ao STF, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta que a Polícia Federal informou que Machado teria atuado para facilitar a saída de Mauro Cid do território brasileiro. A PGR acusa o ex-ministro de obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e favorecimento pessoal. A PF encontrou no celular de Cid arquivos que mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou, em janeiro de 2023, conseguir a cidadania portuguesa. (Com Estadão Conteúdo)