Lula: "Se eu não for ao Supremo, não governo"
Presidente negou ter rompido com o Congresso Nacional, mas defendeu que %u201Co interesse de poucos%u201D prevaleceu na decisão que derrubou o aumentou o IOF
Publicação: 03/07/2025 03:00
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Em evento na Bahia, Presidente da República ainda defendeu a taxação dos super ricos |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) argumentou, ontem, que não há outra saída para o impasse sobre a derrubada do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) além da judicialização do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Durante uma entrevista, Lula afirmou que, se não acionar a Corte, “eu não governo mais o país”. O chefe do Executivo também negou que haja rompimento na relação com o Congresso Nacional, mas disse que “os interesses de poucos” prevaleceram tanto na Câmara quanto no Senado, e que os parlamentares romperam acordo feito com o governo.
“Eu não sou um cara que tenha rivalidade com o Congresso. O Congresso aprovou muitas coisas que a gente queria. No mesmo dia que ele aprovou o decreto legislativo derrubando o IOF que nós apresentamos, ele aprovou uma série de coisas”, respondeu Lula ao ser questionado em entrevista à TV Bahia, afiliada da Globo em Salvador.
“Eu sou agradecido, mas se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele (o Congresso) legisla e eu governo, sabe?”, acrescentou o presidente.
Na última terça-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que entrará com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) para contestar a derrubada do decreto. O governo argumenta que estabelecer as alíquotas do IOF é prerrogativa do Executivo, e que os decretos só podem ser derrubados se ferirem as determinações da Constituição Federal.
Ontem, Lula participou do desfile do Dia da Independência Nacional na Bahia. Durante o desfile, o presidente ergueu uma placa defendendo a “taxação dos super ricos”. (Correio Braziliense)
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