Motta pede afastamento de 15 deputados federais Pedido para que 14 parlamentares que participaram de motim e deputada acusada de agressão sejam afastados por até seis meses foi encaminhado à Corregedoria

Publicação: 09/08/2025 05:00

Oposicionistas realizaram motim no Congresso Nacional, ocupando as Mesas Diretoras (WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)
Oposicionistas realizaram motim no Congresso Nacional, ocupando as Mesas Diretoras

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enviou à Corregedoria da Casa os pedidos de afastamento, por até seis meses, de 14 deputados da oposição que participaram do motim no Congresso Nacional e de uma deputada acusada de agressão. As medidas precisam ser votadas pelo Conselho de Ética da Casa.

Os oposicionistas são, em maioria, do PL e do Novo, e participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara, obstruindo a retomada dos trabalhos legislativos. Já a deputada Camila Jara, do PT, é acusada de empurrar o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Os deputados citados são: Marcos Pollon (PL-MS); Zé Trovão (PL-SC); Júlia Zanatta (PL-SC); Marcel van Hattem (Novo-RS); Paulo Bilynskyj (PL-SP); Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); Nikolas Ferreira (PL-MG); Zucco (PL-RS); Allan Garcês (PL-TO); Caroline de Toni (PL-SC); Marco Feliciano (PL-SP); Bia Kicis (PL-DF); Domingos Sávio (PL-MG); e Carlos Jordy (PL-RJ); além de Camila Jara (PT-MS).

“A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, informou em nota a Secretaria-Geral da Mesa. Após passarem pela Corregedoria, os processos voltarão à Mesa e seguirão ao Conselho de Ética.

ARGUMENTOS
Sexta (8), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou um ofício em que pedia a abertura de processo disciplinar e a suspensão cautelar de cinco parlamentares bolsonaristas. A suspensão de Camila Jara foi pedida por oposicionistas.

Último a levantar-se da cadeira da Presidência da Câmara, Pollon é acusado de impedir a retomada dos trabalhos e de xingar Motta dias antes. Em postagem nas redes sociais, Pollon alega ser “autista” e não entender o que estava acontecendo.

Zé Trovão, segundo o PT, o PSB e o PSOL, é acusado de tentar impedir fisicamente o retorno de Motta à Mesa Diretora. Júlia é acusada de usar a filha de quatro meses como “escudo”, além de colocar a bebê em ambiente de risco e de tensão. Bilynskyj é acusado de “tomar de assalto e sequestrar” a Mesa Diretora do Plenário e de ocupar a Mesa da Comissão de Direitos Humanos. O ofício também citou a agressão ao jornalista Guga Noblat. Zé Trovão, Júlia e Bilynskyj não tinham se pronunciado até o fechamento desta edição.

Van Hattem é acusado de tomar de assalto e “sequestrar” a cadeira da presidência. Em vídeo, ele disse que uma eventual suspensão do mandato pedida pelo PT seria golpe. Os demais parlamentares do PL foram incluídos em representação individual do deputado João Daniel (PT-SE). 

A assessoria da deputada Camila Jara nega qualquer agressão. (Agência Brasil)