Diario Esportivo

Fred Figueiroa

Publicação: 02/04/2013 03:00

No dia 6 de março...

Na coluna do dia 6 de março,  quando Salgueiro e Náutico se enfrentariam no Sertão, coloquei Vágner Mancini em xeque pela primeira vez. Comecei o texto perguntando: "Será que Vagner Mancini já corre algum risco de ser demitido em caso de derrota do Náutico diante o Salgueiro?" Respondi que não, mas deixava claro a necessidade de ver o time alvirrubro ser realmente testado. Antes do jogo escrevi: "A situação de Mancini  que, na teoria, parecia mais fácil que a de Vadão e Martelotte  talvez seja a mais complicada. Ele substituiu um técnico que saiu em alta. Assumiu um time bem montado e que terminou o ano voando.  Claro que faltam peças fundamentais para o esquema, mas nada disso vai tirar o peso dos ombros do atual treinador, que já chegou questionado pelos seus trabalhos recentes. Trazer um técnico em baixa para o lugar de um em alta foi um risco altíssimo que a direção alvirrubra assumiu. Resta saber se o projeto será mantido independentemente dos resultados neste início de ano". Naquela noite, projetava um jogo duríssimo. Mas, sem Clébson - cuja saída foi anunciada naquela quarta - e sem Fabrício Ceará, o Salgueiro foi atropelado pelo Náutico. Como quase todos os times do interior. O teste que esperava acabou vindo no primeiro clássico contra o Sport, que passava por um péssimo momento e acabou dominando o jogo contra o rival. No dia seguinte, escrevi que o Náutico deixou uma interrogação na Ilha. Teria sido só uma oscilação, uma tarde ruim, ou o time tinha fragilidade que não vinham à tona contra os pequenos? A resposta veio domingo, nos Aflitos, quando a equipe de Mancini mais uma vez entrou em campo como todo o favoritismo e acabou "engolida" pelo Santa. Dois clássicos, dois apagões? Não foi coincidência. Está claro que o time tem problemas e Mancini, sim, é um deles.  Mas não o único. Existem fragilidades no elenco. Algumas herdadas do ano passado, mas a maioria gerada pela deficiente reposição de peças. Não é por acaso que nos clássico, isso se torne mais evidente. Jogadores como Kieza, Araújo e Souza costumam crescer justamente neste tipo de jogo, enquanto seus substitutos têm feito o caminho inverso. As atuações de Élton contra Sport e Santa foram abaixo da crítica. Não fosse aquele chute na Ilha, poderia dizer o mesmo de Rogério. Detalhe: Estou falando da dupla de ataque, que é um dos pontos fortes do Náutico, ao lado do trio de volantes. E se eles tiverem em um dia ruim? Pior: E se um deles se machucar? Existem opções no elenco para repor com a mesma qualidade? A resposta é direta: Não. Se fosse falar detalhadamente da falta de um meia "de Série A", da inoperância das laterais e dos vacilos cada vez mais constantes da defesa (onde Jean Rolt faz muita falta), esta coluna não terminaria... A decisão do clube em manter Mancini acaba mudando o alvo das críticas da torcida. Agora é a direção que está em xeque. E os motivos vão ficando cada vez mais evidentes.

1 cm - Um título decidido em menos de um centímetro. Quando tinha o match point a seu favor na final do Masters 1.000 de Miami, o espanhol David Ferrer parou a jogada e pediu o "desafio" de uma bola que jurou ter visto fora. Uma espécie de "tira-teima” consultado em tempo real - mostrou que a bola pegou um pedacinho da linha. Ferrer desabou psicologicamente e Andy Murray - agora Nº 2 do mundo - ficou com o título.

Que batalha - A pernambucana Teliana Pereira disputou ontem, pela primeira vez na carreira, uma partida em um torneio do nível WTA Premier. Foi em Charleston, nos EUA, contra a suíça Stefanie Voegele, 63ª do mundo. A Nº 1 do Brasil venceu o 1º set e teve duas vezes com uma quebra de vantagem no 3º. Acabou perdendo no detalhe. Teliana hoje é a 119ª do mundo e caminha para se tornar uma top 100 ainda este ano.