Quem não faz, perde Com mais uma fraca atuação do sistema ofensivo, Sport sofre segundo revés no Brasileiro, agora contra o Internacional

João de Andrade Neto
joaoneto.pe@dabr.com.br

Publicação: 27/05/2016 03:00

Isolado em campo, o meia Diego Souza acabou sendo "sacrificado" e teve uma atuação discreta ontem (WILLIAMS AGUIAR/SPORT CLUB DO RECIFE)
Isolado em campo, o meia Diego Souza acabou sendo "sacrificado" e teve uma atuação discreta ontem
O técnico Oswaldo de Oliveira completou ontem um mês no Sport. E ainda segue em busca de um caminho para a equipe. Contra o Internacional, no Arena Beira-Rio, ele fez alterações visando um resultado positivo. Até um empate seria aceitável. Apostou no “bê-á-bá” para arrumar um time ruim: reforçou a marcação, fechou a defesa e jogou pela famosa “uma bola” no ataque. Estratégia que durante boa parte da partida teve êxito. Porém, pela metade. De fato, a postura defensiva dos rubro-negros impôs alguma dificuldade aos colorados, que só conseguiram arrancar a vitória por 1 a 0 graças a um gol contra, marcado pelo lateral esquerdo Renê, aos 12 minutos do segundo tempo. Porém, de nada adiantará atuar à espera do erro adversário se o principal calo do time na temporada não for corrigido: a inoperância ofensiva.

Até porque, no cenário atual, sofrer um gol é quase uma sentença de morte para o Sport, time sem qualquer poder de reação. A derrota para o Internacional foi a quinta seguida da equipe pernambucana, fora de casa, por 1 a 0. Ao todo, nos últimos 15 compromissos, foram apenas sete gols marcados. Uma lástima para uma equipe que alcançou sete jogos seguidos sem vencer. Contra o Inter, mais uma vez ficou provado que, mais do que mudança de estratégia, o que o Sport precisa é da chegada de novos jogadores para o setor ofensivo. Ontem, Gabriel Xavier e Everton Felipe foram tão inoperantes quanto Mark González e Lenis, a quem substituíram. O primeiro, desde a sua chegada ao Sport, não conseguiu ter uma boa atuação sequer. Já no ataque, Vinícius Araújo completou 213 minutos neste Brasileiro sem dar um único chute a gol.

Com Serginho formando a dupla de volantes com Rithely, o Sport praticamente não cedeu oportunidades aos gaúchos no primeiro tempo. Sentindo a dificuldade da sua equipe para criar, o técnico Argel Fucks sacou o volante Anselmo para a entrada do meia Gustavo Ferrareis. O que não surtiu efeito imediato. Nesse cenário, sair do Beira-rio com um empate em 0 a 0 seria motivo um para comemoração digna de vitória. Por goleada.

No segundo tempo, o Internacional, com uma postura mais ofensiva, conseguiu pressionar o Sport. E soube aproveitar o seu melhor momento na partida, abrindo o placar aos 12 minutos, contando com uma ajuda de Renê, que cortou um cruzamento empurrando para as próprias redes. Gol que implodiu a estratégia de Oswaldo. Tudo porque o Sport não tem peças para buscar um empate. Pobre Diego Souza, que, nitidamente, demonstra irritação a cada jogo pelo simples fato de não ter com quem dialogar em campo.

Para, pelo menos, gastar as substituições a que tinha direito, Oswaldo colocou Luiz Antônio, Lenis e Túlio de Melo, de uma vez só, aos 25 minutos. A essa altura, o cenário de mais uma derrota do Sport estava desenhado. Sem uma solução para o ataque, dificilmente o Leão vai conseguir vitórias nessa Série A.