Contra o Guarani e a matemática Náutico entra em campo, neste sábado, no Brinco de Ouro, em Campinas, com a necessidade de iniciar uma arrancada de 15 vitórias para livrar o Z4

João de Andrade Neto
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Publicação: 24/06/2017 03:00

A Série B chega neste sábado apenas a sua 10ª rodada. Mas a matemática já faz parte do dia a dia do Náutico. Afundado na lanterna, com apenas dois pontos, o Timbu precisa vencer 15 das 29 partidas que restam para conseguir a hoje distante fuga do rebaixamento. Não há mais tempo a perder. E mesmo enfrentando o vice-líder Guarani, às 19h, em Campinas, é preciso enfim “estrear” no campeonato. Isso porque a cada jogo sem pontuar, a matemática vai ficando mais cruel. E difícil de se acreditar em uma salvação.

O alento fica por conta da melhora do sistema ofensivo mostrado na derrota por 3 a 2 para o Goiás, na última terça-feira, quando a equipe conseguiu buscar o empate duas vezes, desperdiçou um pênalti e teve outro claro não marcado ao seu favor. Lance que, por sinal, também rendeu uma baixa importante para o confronto contra o Bugre. Com um edema no ombro direito, o atacante Erick foi vetado pelo departamento médico, o que mudará o esquema do técnico Beto Campos.

Sem o prata da casa, principal jogador do Náutico na temporada, o treinador deve mandar a campo um esquema um pouco mais precavido. Até porque o Timbu possui a pior defesa da Série B, com 19 gols sofridos, e vai enfrentar o melhor ataque da competição, ao lado do Goiás, com 13 tentos marcados.

TRÊS VOLANTES

Desta forma, o meio de campo alvirrubro voltará a ter três volantes, com a provável estreia de Jobson, contratado junto ao Nacional-SP, ao lado de Amaral e Darlan, com Giovanni sendo o único homem de criação. A dupla de ataque será formada por Gilmar e Vinícius, autor de três gols nas últimas quatro partidas.

“Nós temos que ter uma postura de uma equipe que vá buscar ponto ou pontos. Vejo que nós precisamos começar a buscar esses pontos para a gente, dentro de algumas rodadas, poder sair dessa situação”, disse o treinador, que acredita que a melhora no sistema defensivo cabe a todo o time. “Acho que para não tomar gol é preciso de todos os atletas dentro do campo. Uma marcação já com a pressão desde os atacantes, sem dar muito espaço. Porque já mostramos que temos qualidade de chegar a frente e fazer gols. Por isso estamos trabalhando nessa situação de achar um equilíbrio”, finalizou Beto Campos.

Adversário
Bugre busca recuperação

Após o primeiro tropeço em casa nesta Série B, ao ficar no 0 a 0 com o Oeste, na última terça-feira, o Guarani joga pressionado pela reabilitação, no Brinco de Ouro. Responsabilidade que aumenta por conta da crise do Náutico, lanterna da competição com apenas dois pontos. “É difícil enfrentar esses times que não estão muito bem. Eles vêm com tudo, querem sair dessa situação. Temos que esquecer que eles estão em último, a parte financeira deles. Isso não é da nossa conta”, destacou o meia Luiz Fernando.

Sondagem milionária por Erick

Maior revelação do Náutico nos últimos anos, o atacante Erick, de 19 anos, segue bastante valorizado, apesar da péssima campanha do time na Série B. Com a abertura da janela de transferência internacional, alguns clubes de fora do país já demonstraram interesse no jogador. Um deles, o Braga, de Portugal que fez uma sondagem oficial à diretoria timbu no início desta semana. A proposta giraria em torno de 2 milhões de euros, cerca de R$ 7,4 milhões.

O interesse do clube português foi confirmado ao Superesportes pelo vice-presidente de futebol alvirrubro Emerson Barbosa. O dirigente, no entanto, negou os valores. “Na realidade Erick vem sendo sondado por várias equipes do Brasil e de fora, principalmente da Europa. Mas até agora não chegou nenhuma proposta concreta. Com relação ao Braga, o clube nos procurou para saber a situação do jogador, mas não foram falados de valores”, afirmou.

Ainda segundo o dirigente, a multa contratual de Erick é de R$ 12 milhões. Valor negociável de acordo com o cartola. Emerson Barbosa adiantou que a intenção é manter um percentual dos direitos econômicos do jogador.

“Qualquer negociação envolve outras variáveis. Acreditamos muito no potencial do jogador. Ficaríamos assim com o percentual de clube formador e também dos direitos do jogador”, explicou o vice de futebol.

Com o Náutico passando por uma grave crise financeira, Barbosa também admitiu que está aberto a negociar o jogador de imediato. Desde que a proposta seja vantajosa para o clube. “Não podemos nos dar o luxo de, na situação que o clube vive, manter um ativo desse. Mas só vamos negociar o jogador se recebermos uma proposta que entendemos que justifique perdemos o jogador mais importante do nosso elenco”, finalizou.