Para quem tem o pior ataque da Série B, a segunda pior defesa e está imerso na lanterna da competição desde a quarta rodada, não é difícil se deparar com “opostos” ao longo da caminhada. Foi assim quando o Timbu enfrentou o Guarani, líder na 10ª rodada, por exemplo. E perdeu. Contra o Juventude, então líder na 13ª rodada, um alento: empate em casa. Vivendo o extremo da pressão, o Náutico tem, às 16h30 de deste sábado, no estádio do Café, mais um adversário que vive em outra realidade. Trata-se do Londrina, que possui o melhor ataque, o artilheiro da Segundona, coleciona três vitórias nos últimos quatro jogos e pode voltar ao G4 nesta rodada, caso vença.

O Timbu sofreu 24 gols em 15 rodadas da competição. No período, foram dez derrotas. Se serve de alento, o setor é um dos poucos que vem apresentando evolução. Nos últimos cinco jogos, tomou quatro gols. Em dois, passou zerado. Diante do Tubarão, entretanto, o Náutico não contará com o zagueiro Léo Carioca. Ausente também da última partida, a derrota para o Paysandu, ele vinha sendo utilizado como lateral-esquerdo e dando uma estabilidade defensiva.

A “contrapartida” vem do ataque. Sem Gilmar e Vinícius, os principais artilheiros de uma equipe desacostumada a fazer gols, a aposta de balançar as redes poderá ser novamente em Alison, que em 26 partidas na temporada marcou apenas um gol - pelo Estadual, em 6 de maio. Outra opção é o prata da casa Gerônimo, que embarcou para se juntar ao elenco no Paraná. Este, por sua vez, em nove jogos, ainda não marcou gols como profissional.

DESÂNIMO
Nada parece desanimar o técnico Beto Campos. Ciente da gravidade da atual situação, com o Náutico na lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro com sete pontos - a dez pontos do primeiro fora da zona de rebaixamento, o treinador insiste nos pedidos de paciência. Passou a adotar a estratégia do “jogo a jogo” para ir, aos poucos, tirando o Timbu da situação atual. Nos planos do comandante, a meta é arrancar pontos do Londrina. Ele tem como estímulo a oscilação dos paranaenses atuando em casa, donos da quarta pior campanha como mandante.

“A gente tem que ter calma e usar toda a nossa experiência para não criarmos uma ansiedade. Estamos, sim, muito atrás, mas vai ser jogo a jogo, somando pontos para que, no somatório mais à frente, a gente consiga algo”, afirmou. “Esperamos fazer um jogo para ter uma equipe equilibrada para que possamos, dessa maneira, levar pontos daqui”, acrescentou.

Adversário
Trabalho duradouro
Outro abismo que separa Londrina e Náutico está no comando técnico. Mais precisamente no tempo de trabalho. No cargo desde 21 de abril de 2011, Cláudio Tencati é o treinador há mais tempo à frente de um clube no Brasil. Contra o Timbu, ele terá o artilheiro da Série B, Jonatas Belusso, nove gols, e conta com o retorno do meia Celsinho, que estava suspenso. Ele volta na vaga de Jardel, fora pelo terceiro amarelo. Na zaga, Matheus, negociado com o Royal Antwerp, da Bélgica, será substituído por Marcondes.