BOLSA ATLETA » Competidores 'fantasmas'

Publicação: 19/08/2017 03:00

A Polícia Federal (PF) deflagrou em Brasília uma operação contra desvio de recursos no Programa Bolsa Atleta, criado em 2005 pelo Ministério do Esporte para apoiar esportistas de alto rendimento. Dez pessoas, entre elas um ex-funcionário da pasta, são suspeitas de envolvimento em um esquema que pagava benefícios a competidores fantasmas.

De acordo com as investigações, o cubano naturalizado brasileiro José Hector Blanco Zorrilla, que trabalhou como terceirizado na coordenação do programa, entre 2012 e 2013, emitiu ordens de pagamento para 25 pessoas que não estavam cadastradas na lista de atletas do ministério. Os valores eram depositados em apenas seis contas bancárias, mantidas por suspeitos de se beneficiar dos desvios dos recursos ou de “laranjas”, usados apenas para sacar os recursos e repassá-los.

O esquema desviou ao menos R$ 885 mil em bolsas. Entre os titulares das contas, há até uma irmã de Zorrilla que mora em Miami, nos EUA. Na maioria dos casos, o dinheiro era sacado diretamente na boca dos caixas bancários. O ex-servidor deixou o ministério em 2013 e comprou participação no bar brasiliense Versão Brasileira. A PF suspeita de que a aquisição foi feita com os valores desviados.

O advogado de Zorrilla, Fernando Martins de Freitas, disse que não teve acesso integral aos documentos da investigação e, por isso, não poderia se pronunciar. Os administradores do bar Versão Brasileira, em nota enviada à imprensa, informaram que foram surpreendidos com a operação da Polícia Federal e disse estar colaborando com as investigações.