DIARIO ESPORTIVO » O dinheiro da rescisão

por Beto Lago
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Publicação: 25/04/2024 03:00

A história sobre para onde irá o dinheiro da rescisão do contrato do Grupo Mateus com o Náutico vai render muito nos próximos dias. Existia divergência entre Executivo e Conselho sobre o que fazer com o dinheiro da multa, em torno de R$ 3 milhões (R$ 1 milhão já pago e os outros R$ 2 milhões em 15 parcelas). O Conselho seguiu o que foi determinado anteriormente: usar o dinheiro para amortizar parte das dívidas da Recuperação Judicial (RJ). Na época, a ideia era pegar o pagamento mensal do aluguel de uma área do CT, em torno de R$ 130 mil, para colocar totalmente nas dívidas trabalhistas (que responde a quase 50% da dívida total do clube). E não se mudou isso, agora com a multa. Na reunião do Conselho, o susto foi grande quando dito que sem esse dinheiro o clube poderia sofrer dificuldades no prosseguimento da RJ. O Náutico está na segunda prorrogação do prazo e mais de 150 credores queriam suspender este pedido. Já o Executivo queria usar o dinheiro para trazer jogadores, colocando o time mais forte na briga pelo acesso. Sem ele na conta, o Náutico terá que ser eficiente para apresentar bons reforços. E digo mais: se não melhorar, a equipe não entra na briga pelo acesso, podendo até o pior surgir: brigar para não cair. Isso seria o caos para o clube. Basta olhar o rival Santa Cruz. Além disso, parte dos conselheiros acredita que abrir os cofres para o departamento de futebol seria arriscado, muito pelos erros nas contratações neste início da temporada. Entendo a prudência do Conselho, mas é imprescindível buscar uma ajuda ao futebol do Náutico. Sem dinheiro, não virão os reforços. Lembrando, também, que ainda tem os R$ 24 milhões da quebra do contrato da Arena de Pernambuco, que podem ser fundamentais para o clube e a RJ. Mas, enquanto isso, como fazer para aumentar a receita do futebol do Náutico? Hora de unir esforços para tirar o Timbu desta situação.
 
Expertise e relacionamento
O deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos-PE) foi o responsável pelo encontro entre o presidente do Santa Cruz, Bruno Rodrigues, e o presidente do BRB (Banco Regional de Brasília), comandado pelo pernambucano Paulo Henrique. Tricolor apaixonado, Paulo Henrique vai usar sua expertise e relacionamento no mercado para ajudar o Tricolor.
 
Cuidado com aventureiros
Segundo Augusto Coutinho, não se falou em patrocínio do banco, mas buscar parceiros. “A SAF é uma questão importante, mas precisa ser feita com todo cuidado para evitar que aventureiros que venham a prejudicar nosso clube. Paulo Henrique terá um papel importante para que todo processo seja feito com correção”, disse o deputado.
 
Olha a bronca
O clube vascaíno vendeu 70% do futebol para a 777 Patners, incluídas aqui as dívidas em torno de R$ 700 milhões. Porém, a associação do Vasco ficou responsável por uma “dívida oculta”, processos que não foram julgados até a venda aos acionistas. A associação ficou com os 30% para que possa, no futuro, pagar esses débitos.