Após a derrota para o Operário/PR, durante a coletiva, o técnico do Sport, Pepa, foi enfático: “foi um soco forte no estômago”. Acredito que esse soco também atingiu elenco, diretoria e o torcedor rubro-negro. A confiança na vitória era visível na noite de quarta-feira, na lotada Ilha do Retiro. Apoiado pela boa campanha e as últimas exibições. Mas, a partida que poderia ter colocado o Leão ao lado do Santos na primeira posição do Brasileiro foi um desastre tático. E passa pela proposta inicial do seu treinador. Pepa apostou em Castán para substituir Rafael Thyere. E para completar, ainda deu ao jogador a faixa de capitão. Foi uma atuação horrível. Na defesa, eram quatro canhotos – Igor Cariús é ambidestro. No ataque, Gustavo Coutinho ganhou a vaga de Zé Roberto, que tinha ficado fora do jogo passado por conta da automática. E ainda teve Wellington Silva como titular, deixando Barletta no banco. Não faria nenhuma dessas mudanças. Para completar, Felipe segue sendo um jogador irregular, responsável por falhas que resultam em gols dos adversários. Como não joga por conta do terceiro cartão amarelo, fica a dúvida se ele perderia ou não espaço no meio. O Sport foi desorganizado e sem a intensidade dos últimos jogos. As vaias ao final da partida precisam ser entendidas e aceitas pelos jogadores. E os atletas têm a obrigação de reverter esse cenário já no domingo. Mais do que arrumar a parte tática, Pepa terá a missão de evitar uma queda no ânimo do elenco. É vencer, com um futebol convincente, para trazer de volta a confiança do torcedor. Não entro na linha do entusiasmado exagerado (da turma que garante que já subiu e será campeão), muito menos do pessimista oportunista (que não acredita no acesso). O Sport tem time para subir. Desde que entenda que não se ganha partida antes da bola rolar. E que primeiro pense no acesso. Depois, se tiver na briga, pode sonhar com o título.
 
Não tem desculpas
Entendo que o gesto pelas imagens da televisão pode permitir várias interpretações. Na minha visão, Luciano Castán fez, sim, o tal “pode vaiar mais” para a torcida, na reta final da partida contra o Operário. Sei que a diretoria vai tentar reverter isso, mas a torcida do Sport não vai aceitar desculpas. Basta recordar o caso Vágner Love, no ano passado.
 
Gols antes dos 15 minutos
Um problema que o técnico Pepa precisa corrigir é a facilidade de equipes adversárias marcarem antes dos 15 minutos de jogo. Operário na Ilha do Retiro, e Goiás e Ituano na Arena de Pernambuco são exemplos bem recentes de cochilos do sistema defensivo leonino.
 
Boas perspectivas
Por conta do desafio pela Pré-Copa do Nordeste, o Santa Cruz fará sua apresentação no início de novembro. Por sinal, gosto dos primeiros nomes anunciados. Alguns que já trabalharam com Itamar Schülle. Outros trazendo na bagagem boas perspectivas. Acredito que o Santa inicia a temporada com uma equipe mais entrosada que seus rivais para o início do Estadual.