Conexão muito além do grito de guerra
Ao longo da história, grandes talentos revelados pelo Sport foram para o Vasco, onde desenvolveram uma carreira de bastante sucesso
MARCOS LEANDRO
Publicação: 12/04/2025 03:00
A conexão entre Sport e Vasco vai muito além da semelhança nos gritos de guerra: o “cazá, cazá” rubro-negro e o “casaca” cruzmaltino. Na história dos dois clubes, que se enfrentam neste sábado (12), no Rio, pelo Campeonato Brasileiro, uma lista seleta de craques fizeram o mesmo caminho: saíram da Ilha do Retiro e brilharam em São Januário.
PIONEIRO
Para quem não tem a ideia da importância de Ademir Marques de Menezes para o futebol brasileiro, basta dizer que foi ele o primeiro jogador a receber “luvas” (adiantamento em uma negociação). O ano era 1942, e o pernambucano que já impressionava na praia do Pina, na Zona Sul do Recife, virou alvo de disputa entre dois clubes cariocas. E por influência do pai e dos 40 contos, fechou com o Vasco em vez do Fluminense. Estava aberto o caminho dos laços entre Sport e Vasco.
Ademir, conhecido como Queixada pelo queixo proeminente, brilhava com a camisa do Sport, pelo qual foi campeão pernambucano e artilheiro do certame de 1941. No mesmo ano, o Leão partiu para uma inesperada excursão pelo Brasil. O saldo do giro por Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Joinville, Porto Alegre e Rio de Janeiro foi ainda mais surpreendente: 11 vitórias, dois empates e quatro derrotas. A penúltima partida foi contra o Vasco.
Os donos da casa abriram 3 a 0. Ademir fez três gols e participou de mais dois, fazendo o Leão vencer por 5 a 4 em São Januário. Foi o suficiente para Fluminense e Vasco o disputarem. No Gigante da Colina, o ex-rubro-negro desenvolveu sua brilhante carreira. Marcou 282 gols em 407 jogos. Além dos Estaduais de 1945, 1949, 1950 e 1952, também venceu o Sul-Americano de 1948. Foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com nove gols, mas o título escapou na final no Maracanã diante do Uruguai. Jogou também pelo Fluminense.
PEITO DE AÇO
Se o título da Copa do Mundo escapou para Ademir, não faltou para outro pernambucano: Vavá. O Peito de Aço foi bicampeão, em 1958 e 1962, sendo artilheiro do Mundial do Chile. Pode-se dizer que Vavá, Edvaldo Izídio Netto, “seguiu os passos de Ademir. Saiu do Sport (antes passou por América e Íbis) e seguiu para o Rio para brilhar com a camisa do Vasco.
Raçudo desde os quadros juvenis do Sport, Vavá defendeu o Leão da Ilha em 1949/50, se transferindo para o Vasco para substituir Ademir. Defendeu o cruzmaltino de 1951 a 1958, participando do famoso Expresso da Vitória. Conquistou os Estaduais de 1952, 1956 e 1958, além do Torneio Rio-São Paulo de 1958. Fez 150 gols pelo clube.
TEMPERAMENTAL
A “ponte aérea” Sport e Vasco teve sequência com Almir Pernambuquinho. O meia, que jogou no Leão em 1956, foi contratado pelo clube carioca no ano seguinte. Bom de bola e também de briga, Almir Morais de Albuquerque tinha um temperamento explosivo. Foi campeão carioca em 1958, antes de se mudar para o futebol paulista, onde atuou por Corinthians e Santos.
REIZINHO
Avançando no tempo, Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior deu sequência a dinastia. Revelado pelo Sport em 1993, Juninho Pernambucano brilhou no timaço de 1994, junto de Chiquinho e Leonardo. Rapidamente chamou a atenção do Vasco, que o contratou em 1995. Hábil e dono de um chute potente, virou referência ao lado de Juninho Paulista e Romário.
Chamado de Reizinho da Colina, conquistou os Brasileiros de 1997 e 2000, o Carioca de 1998, a Libertadores de 1998, o Torneio Rio-São Paulo de 1999 e a Copa Mercosul de 2000. Ganhou até música, pelo gol contra o River Plate na Argentina.
PIONEIRO
Para quem não tem a ideia da importância de Ademir Marques de Menezes para o futebol brasileiro, basta dizer que foi ele o primeiro jogador a receber “luvas” (adiantamento em uma negociação). O ano era 1942, e o pernambucano que já impressionava na praia do Pina, na Zona Sul do Recife, virou alvo de disputa entre dois clubes cariocas. E por influência do pai e dos 40 contos, fechou com o Vasco em vez do Fluminense. Estava aberto o caminho dos laços entre Sport e Vasco.
Ademir, conhecido como Queixada pelo queixo proeminente, brilhava com a camisa do Sport, pelo qual foi campeão pernambucano e artilheiro do certame de 1941. No mesmo ano, o Leão partiu para uma inesperada excursão pelo Brasil. O saldo do giro por Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Joinville, Porto Alegre e Rio de Janeiro foi ainda mais surpreendente: 11 vitórias, dois empates e quatro derrotas. A penúltima partida foi contra o Vasco.
Os donos da casa abriram 3 a 0. Ademir fez três gols e participou de mais dois, fazendo o Leão vencer por 5 a 4 em São Januário. Foi o suficiente para Fluminense e Vasco o disputarem. No Gigante da Colina, o ex-rubro-negro desenvolveu sua brilhante carreira. Marcou 282 gols em 407 jogos. Além dos Estaduais de 1945, 1949, 1950 e 1952, também venceu o Sul-Americano de 1948. Foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com nove gols, mas o título escapou na final no Maracanã diante do Uruguai. Jogou também pelo Fluminense.
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Ademir de Menezes (E) foi quem abriu os caminhos. Vavá (D) seguiu os passos do "Queixada" e brilhou no Rio |
PEITO DE AÇO
Se o título da Copa do Mundo escapou para Ademir, não faltou para outro pernambucano: Vavá. O Peito de Aço foi bicampeão, em 1958 e 1962, sendo artilheiro do Mundial do Chile. Pode-se dizer que Vavá, Edvaldo Izídio Netto, “seguiu os passos de Ademir. Saiu do Sport (antes passou por América e Íbis) e seguiu para o Rio para brilhar com a camisa do Vasco.
Raçudo desde os quadros juvenis do Sport, Vavá defendeu o Leão da Ilha em 1949/50, se transferindo para o Vasco para substituir Ademir. Defendeu o cruzmaltino de 1951 a 1958, participando do famoso Expresso da Vitória. Conquistou os Estaduais de 1952, 1956 e 1958, além do Torneio Rio-São Paulo de 1958. Fez 150 gols pelo clube.
TEMPERAMENTAL
A “ponte aérea” Sport e Vasco teve sequência com Almir Pernambuquinho. O meia, que jogou no Leão em 1956, foi contratado pelo clube carioca no ano seguinte. Bom de bola e também de briga, Almir Morais de Albuquerque tinha um temperamento explosivo. Foi campeão carioca em 1958, antes de se mudar para o futebol paulista, onde atuou por Corinthians e Santos.
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Almir Pernambuquinho (E) também foi campeão no Vasco. Juninho (D) arrebentou no Leão da Ilha e no cruzmaltino |
REIZINHO
Avançando no tempo, Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior deu sequência a dinastia. Revelado pelo Sport em 1993, Juninho Pernambucano brilhou no timaço de 1994, junto de Chiquinho e Leonardo. Rapidamente chamou a atenção do Vasco, que o contratou em 1995. Hábil e dono de um chute potente, virou referência ao lado de Juninho Paulista e Romário.
Chamado de Reizinho da Colina, conquistou os Brasileiros de 1997 e 2000, o Carioca de 1998, a Libertadores de 1998, o Torneio Rio-São Paulo de 1999 e a Copa Mercosul de 2000. Ganhou até música, pelo gol contra o River Plate na Argentina.