DIARIO ESPORTIVO » Nova dinâmica

por Beto Lago
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Publicação: 13/08/2025 03:00

Vou entrar um pouco no trabalho dos treinadores do Trio de Ferro da Capital. Vamos começar com o técnico do Sport, Daniel Paulista. Duas palavras podem resumir sua dinâmica: organização e pragmatismo. Assumindo um time com sérios problemas internos e externos, e sendo ídolo da torcida, poucos teriam coragem de aceitar essa missão. Desde os primeiros dias, Daniel enfrentou desafios imensos, incluindo a visita de membros de uma uniformizada no CT, o que evidenciou a necessidade de oferecer estabilidade emocional ao elenco. Trabalhando com o diálogo, ele tem promovido um ambiente de confiança, exigindo alta intensidade, mas sem criar um clima de tensão que poderia desestabilizar o grupo. A fragilidade defensiva do Sport estava evidente, com a equipe frequentemente sofrendo gols evitáveis. Reconhecendo essa problemática, Daniel focou em reforçar a marcação defensiva antes de pensar em estratégias ofensivas. A chegada do zagueiro Ramon e o retorno do capitão Rafael Thyere foram fundamentais para essa reestruturação. Ele também deu moral a Matheus Alexandre, e o desempenho de Rivera melhorou com o apoio de Zé Lucas. No entanto, a lateral esquerda continua sendo uma preocupação, em grande parte devido à irregularidade de Igor Caríus. Com a organização da saída de bola e a compactação das linhas, Daniel conseguiu limitar os espaços dos adversários, reduzindo a frequência de contra-ataques perigosos. Essa nova abordagem trouxe segurança à defesa, resultando em menos derrotas e na recuperação de pontos cruciais na tabela. 
 
Mudanças ofensivas
Outro detalhe é as mudanças ofensivas vistas no Sport. Contra o Grêmio, o time conseguiu gerar mais oportunidades de ataque, criando mais chances de gols, embora seus atacantes ainda precisem melhorar a precisão nas finalizações. Ainda que a tarefa de evitar o rebaixamento seja monumental, Daniel Paulista já conseguiu estancar a crise e, quem sabe, um milagre possa surgir na Ilha do Retiro. 
 
Sem argumento
Não há argumento plausível que sustente a alegação da Polícia Militar de que não consegue garantir a segurança de duas partidas no Grande Recife no mesmo dia. Estamos falando de eventos separados por quase 18 km de distância: Náutico x Anápolis será nos Aflitos, às 19h, e não teria dificuldades em colocar Santa Cruz x Altos, às 16h, na Arena de Pernambuco. 
 
Falta planejamento ou vontade
A insistência em dizer que não há efetivo ou estrutura suficiente beira o absurdo e passa a impressão de que a questão não é de capacidade, mas de falta de planejamento ou até de vontade. É inadmissível que uma corporação do tamanho e importância da PMPE trate dois eventos esportivos, ambos de relevância para seus torcedores, como se fossem incompatíveis. Isso expõe, no mínimo, uma gestão ineficiente dos recursos e, no máximo, um descaso com o direito do torcedor de ver seu time jogar.