Desistência de Ednaldo abre caminho de Xaud
Afastado por decisão judicial, Ednaldo Rodrigues informou ontem ao STF que não vai tentar retomar o posto na CBF. Samir Xaud deve ser aclamado
GABRIEL FARIAS
Publicação: 20/05/2025 03:00
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Ednaldo deixa a presidência da CBF após quatro anos |
Presidente afastado da CBF, Ednaldo Rodrigues comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) ontem que não tentará retornar ao comando da entidade. O anúncio encerra uma sequência de recursos apresentados desde a última quinta-feira (15), quando foi retirado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Ednaldo foi afastado após o desembargador Gabriel Zéfiro considerar inválida a assinatura do Coronel Nunes no documento que havia sustentado a legalidade de sua permanência na presidência. A medida judicial também apontou suspeitas de falsificação no acordo que envolvia Ednaldo e opositores dentro da CBF.
No documento protocolado no STF, a defesa do ex-presidente afirmou que a decisão de recuar é fruto de um gesto “sereno e consciente”, motivado pelo impacto pessoal e familiar da crise enfrentada. Ele também declarou não estar apoiando qualquer chapa ou nome nas eleições marcadas para o próximo domingo (25).
Com a retirada oficial de Ednaldo Rodrigues, o caminho está livre para Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol, ser aclamado presidente da CBF. Xaud inscreveu sua chapa no último sábado (18), no Rio de Janeiro, e é o único candidato confirmado para o pleito. A eleição está marcada para o dia 25 deste mês (domingo).
A eleição foi convocada pelo interventor nomeado pelo TJ-RJ, Fernando Sarney, atual vice-presidente da CBF, após a anulação do acordo que sustentava a gestão de Ednaldo. O mandato de Samir Xaud à frente da Federação de Roraima teria início apenas em 2027, mas com a presidência da CBF, Xaud não vai assumir o cargo na federação.
PASSADO POLÊMICO
Único candidato à presidência da CBF, o médico Samir Xaud, responde a um processo de improbidade administrativa na Justiça de Roraima. A ação, movida pelo Ministério Público, aponta que Xaud participou de um esquema de falsificação de documentos durante o período em que foi diretor-geral do Hospital Geral de Roraima (HGR), entre 2017 e 2020.
De acordo com a denúncia, os documentos adulterados simulavam a prestação de serviços médicos que não teriam sido realizados, como plantões, exames, procedimentos cirúrgicos e uso de equipamentos hospitalares. A suposta fraude teria causado prejuízo estimado em R$ 1,4 milhão. Além de Xaud, outros diretores do hospital também são alvos da ação judicial. Em nota, o escritório de advocacia que representa o médico afirma que “não existe qualquer indício de irregularidade” por parte de Samir Xaud.