Léo Medrado: a vida após superar AVC
Colunista do Diario de Pernambuco, Léo Medrado conta a luta diária na recuperação após sofrer um Acidente Vascular Cerebral no dia 24 de fevereiro
MARCOS LEANDRO
Publicação: 05/07/2025 03:00
![]() | |
Aos poucos, jornalista retoma atividades profissionais |
Nesses poucos mais de quatro meses, desde aquela fatídica segunda-feira à noite, a eloquente voz tão usada durante 40 anos de profissão acabou com sequelas. Foi um período difícil, mas que vem sendo superado com uma recuperação extraordinária e muito esforço em sessões diárias de fonoaudiologia. Além, claro, de muito carinho e suporte da esposa Patrícia e da família, dos amigos e da corrente de fé dos que admiram o seu trabalho.
Aos poucos, Léo começa a retomar as suas atividades profissionais. Um recomeço para quem sofreu um grande baque, mas encontrou força para se adaptar ao que lhe acontecera.
“Naquela segunda-feira (24/02), estava em casa. De repente, minha filha encostou e começou a dizer ‘Papai está estranho’. A voz sumiu. O que eu mais gosto de fazer, que é falar. É como se o pessoal lá de cima quisesse mexer comigo. Logo agora, aos 60 anos? Mas ao mesmo tempo, Deus é tão maravilhoso que colocou três médicos fantásticos no meu caminho. Bruno Mota, que realizou o primeiro procedimento cirúrgico; Arthur Procópio, que fez a intervenção cardíaca; e Silvana Sobreira, neuro que definiu o procedimento de recuperação clínica”, explicou Léo Medrado.
Após a alta hospitalar, a reabilitação foi cercada de incertezas. Primeiro, Léo tinha que ouvir e entender o que os outros estavam falando. Superado esse processo, a batalha foi para “reaprender” a falar, com muitas sessões de fonoaudiologia e ‘aulas particulares’. “Meu pai (Odonico) sempre foi muito Deus (foi seminarista). E ele sempre dizia que eu tinha que ensinar a minha filha Letícia o Pai Nosso. E assim o fiz. E agora tive que aprender de novo a rezar com ela. Era tudo mundo estranho. Queria falar e não saia”.
No fim da conversa com o Diario, Léo procurou passar uma mensagem de otimismo e de valorização da família. “Eu tinha que melhorar. Não podia fazer isso com eles (família). Meus irmãos Júnior, Bruno e Cibele. Patrícia (esposa), Letícia (filha), Luca (enteado) e mamãe (Dejinha). Todos chorando por mim. E todos foram maravilhosos. Assim como Américo Pereira e Diógenes Luz foram espiritualizados na recuperação. Cada dia é uma luta, mas procure fazer o bem, sobretudo para as pessoas que estão em sua volta. E vamos em frente”.