Ponte d`Uchoa pronta em 90 dias Obra de recuperação inicou ontem, após patrimônio ter sido destruído por veículo em outubro passado

ROSÁLIA VASCONCELOS
rosaliavasconcelos.pe@dabr.com.br

Publicação: 25/01/2014 03:00

Prefeitura irá investir R$ 170 mil no local e cobrará valor do condutor do veículo (ALCIONE FERREIRA/DP/D.A PRESS)
Prefeitura irá investir R$ 170 mil no local e cobrará valor do condutor do veículo

Dentro de 90 dias, a obra de restauração da antiga estação de bondes da Ponte d’Uchoa, na Avenida Rui Barbosa, no bairro das Graças, deverá ser concluída. A Prefeitura do Recife começou a reconstrução ontem. A reforma da estrutura vai custar R$ 170 mil aos cofres da administração municipal. De acordo com a Secretaria de Assuntos Jurídicos da cidade, uma notificação extrajudicial foi enviada na última quinta para o condutor do veículo, Vinícius Freitas Cândido. A intenção é fechar um acordo para que ele arque com as despesas. Ele perdeu o controle do Ford Fusion preto na madrugada do dia 28 de outubro do ano passado. Com a colisão, parte do monumento histórico, tombado pelo estado, foi danificado. Marlúcia Freitas Cândido, proprietária do veículo e mãe do infrator, também foi notificada.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio, esteve ontem no local e afirmou que não houve demora para no início das obras de reforma. Há um número reduzido de profissionais habilitados para a execução desse tipo de projeto, segundo a prefeitura. “Foram 10 dias para a abertura da licitação e mais 40 dias para a conclusão do processo licitatório. O projeto de restauração também precisou ser aprovado pelo Iphan e pela Fundarpe”, justificou. Ele disse ainda que após seis meses do acidente, a população vai receber um monumento ainda mais bonito do que antes. Cerca de 20 pessoas estarão trabalhando na recuperação.

Um dos arquitetos responsáveis pela obra, Pedro Valadares, disse ainda que o projeto para a reforma da estação precisou passar por um mapeamento de danos, além de pesquisa histórica, catalogação das peças históricas, releitura dos registros iconográficos, levantamento arquitetônico, plantas e orçamento. Também haverá recuperação das peças de metal. “A concepção original tem uma data controversa. Mas estamos trabalhando com a arquitetura de 1919, que é a que conhecemos hoje”, contou a arquiteta Renata Lopes, que também faz parte da equipe. Entre os itens que vão precisar de recuperação, estão algumas luminárias, o beiral do telhado - que é todo de madeira. “Os tijolos que não forem recuperáveis serão encomendados a olarias de Bezerros, que devem manuseá-los artesanalmente”.