Uma multidão unida em fé e esperança
A procissão que encerrou as festividades em homenagem a Nossa Senhora do Carmo reuniu milhares de pessoas pelas ruas do Recife
DERICK SOUZA
Publicação: 17/07/2025 03:00
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A imagem da padroeira percorreu as ruas do centro cercada por milhares de devotos |
A Procissão de Nossa Senhora do Carmo, um dos momentos mais aguardados da festa em homenagem à padroeira do Recife, reuniu, ontem, milhares de fiéis pelas principais ruas do Centro da cidade. A caminhada, marcada por velas acesas e cânticos, simbolizou a renovação da fé e da esperança no Ano Jubilar da Igreja Católica, atraindo uma multidão estimada em mais de 1 milhão de pessoas ao longo dos 11 dias de celebração.
Durante a festividade, os fiéis se reuniram em torno da Basílica do Carmo, que se tornou o epicentro das celebrações. Devotos de vários lugares compareceram para manifestar sua devoção, expressar gratidão e fortalecer sua fé. A edição de 2025 teve como tema “Mãe do Carmelo, portadora da Esperança e Salvação que é Cristo”, inspirado no lema bíblico: “Alegrai-vos na esperança, perseverai na tribulação e persisti na oração”.
Elizandra Ribeiro, que veio de Manaus, no Amazonas, por exemplo, vê em Nossa Senhora do Carmo um recomeço. “Estou aqui pela primeira vez. O que me fez vir foi a cura do meu filho, Lucas, de 9 anos, da diabetes. Eu nunca tinha visto uma festa tão linda. A fé de cura, de libertação, desse escapulário, desse manto que ela nos cobre, foi o que me trouxe até aqui. Eu estou anestesiada com tanta gente acolhedora e com uma fé católica gigante que Recife tem. Eu não tenho o que dizer, explicação não tem. É isso, é fé, é acreditar”, relatou.
Já para Eliene Barbosa, moradora de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, não faltam motivos para agradecer. “Sou devota há muitos anos. Faço questão de acompanhar. Estou aqui hoje por conta de uma graça alcançada: a casa própria. A fé me ajudou e me motivou”, contou, emocionada.
Em meio à multidão que lotou o entorno da Basílica, Luciene Ricardo, moradora da Mustardinha, estava ao lado do neto, Lucas Rafael, de 9 anos. Para ela, a data simboliza a renovação da fé. “Sou devota desde que nasci. Todos os anos agradeço. Depois de 68 anos, estar aqui prestigiando o dia ao lado do meu neto não tem preço”, afirmou.
MISSA
Mais cedo, a tradicional missa solene foi celebrada em frente à Basílica. A celebração foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson, que conversou com jornalistas e ressaltou a forte ligação dos recifenses com Nossa Senhora do Carmo. “Temos necessidade da presença materna e amorosa de Deus, que se expressa de modo tão bonito em Maria Santíssima. No coração do povo, ela é a padroeira principal do Recife”, afirmou.
O arcebispo também destacou que manter viva uma celebração com mais de três séculos de história só é possível graças à fé do povo e à força da tradição religiosa. O reitor da Basílica, Frei Cidmário Bezerra, destacou que a festa deste ano pode ter ultrapassado a marca de 1,5 milhão de participantes, de acordo com estimativas da Polícia Militar. “As pessoas são sedentas de Deus, mas sobretudo necessitadas de esperança. E Maria é essa estrela da esperança que brota do coração dos seus filhos”, afirmou o reitor no encerramento da festa.