Lava-jatos a céu aberto nas praças
Áreas em bairros como Boa Vista, Rosarinho, Casa Forte e Boa Viagem têm"cooperativas" administradas por lavadores de carro
REBECA SILVA
rebecasilva.pe@dabr.com.br
Publicação: 12/07/2014 03:00
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Na Praça de Casa Forte, sete lavadores trabalham de terça-feira a domingo. Carlos José de Andrade, 43, está lá há 16 anos. O serviço de lavagem, polimento e aspiração custa entre R$ 15 e R$ 20 para carro popular.
“Errado ou não, é um trabalho honesto. Se a gente tivesse como se manter, com certeza não estaria aqui”, disse Carlos José. Há cerca de dois anos, a prefeitura constatou no local o uso de uma bomba de água clandestina e apreendeu os materiais. Hoje, ele garante que o trabalho é feito com baldes.
A 4km dali, no Largo Visconde de Mauá, Rosarinho, 25 homens se revezam para lavar e aspirar uma média de 500 veículos por mês, de domingo a domingo. Boa parte da área de passeio é ocupada com cadeiras para que os clientes aguardem confortavelmente a liberação do carro, e há baldes enfileirados e amontoados. “A gente realmente suja aqui, mas no fim do dia limpa tudo”, diz Robson Matias, 26 anos, lavador desde 2006.
O grupo é comandado há 25 anos por Paulo César Silva dos Santos, 45. “Eu organizo o trabalho aqui. Acho que a prefeitura deveria nos cadastrar e regularizar”, diz Paulo, que recebe comissão de cada “funcionário”.
A resistência dos lavadores e da população que usa o serviço dificulta o combate à prática, segundo a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano. O órgão explica que as fiscalizações são diárias e o material é apreendido. A PCR está fazendo levantamento para identificar os pontos críticos, para se reunir com órgãos como Ministério Público, CTTU,
Compesa e Celpe para definir políticas. Entre as ações, a capacitação deles e a conscientização da população.