Vizinhos adotam cadela Nina foi acolhida por moradores de Casa Amarela e se tornou um animal de estimação comunitário

Carolina Braga
Especial para o Diario
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Publicação: 24/07/2014 03:00

Marcelo acolheu Nina quando ela chegou com um olho e uma pata machucados. Hoje, ele recebe a ajuda de outros moradores (CAROLINA BRAGA/ESP DP/D.A PRESS)
Marcelo acolheu Nina quando ela chegou com um olho e uma pata machucados. Hoje, ele recebe a ajuda de outros moradores
Há seis meses, numa tarde de domingo, a cadelinha Nina, sem raça definida, foi acolhida pelo segurança Marcelo Ferreira, que trabalha na Rua Rodrigues Sete, em Casa Amarela. Depois dos primeiros cuidados, vários vizinhos passaram a alimentar e dar carinho a ela. Nina é hoje um animal comunitário, modelo de criação já regulamentado em alguns estados.

Com uma guia rosa, a cadela tem uma casinha branca de madeira com uma almofada bege e um plástico forrado por fora, para os dias de chuva. Na calçada, duas tigelas, com água e ração. Para o banho, xampu e perfume.

“Quando ela chegou aqui, nem hesitei em dar carinho”, disse Marcelo. Nina estava com um olho e uma pata machucados. Foi vacinada e vermifugada, mas só enxerga de um lado. “Eu não teria condições de criá-la sozinho, então é muito bom o amparo dos moradores.”
No Recife, cerca de 60 mil gatos e 40 mil cachorros vivem nas ruas, segundo a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais. “Arrumar lar para todos é complicado, então os animais comunitários são muito importantes”, disse o presidente da Ong Brala, Luiz Leoni. A assessoria de imprensa da Seda, informou que não há ação ou campanha prevista sobre o tema.

Em Pernambuco, a lei estadual 14.139, de 2010, diz que é de responsabilidade do Executivo regulamentar ações que controlem a reprodução de cães e gatos. A lei também estabelece que os animais comunitários devem ser esterilizados, registrados e devolvidos à comunidade, após a assinatura de termo por um cuidador principal.