Onde os carros não têm vez
Em dois anos,
218 km de ruas receberam sinalização de estacionamento proibido. Extensão pode aumentar com a criação de binários
Tânia Passos
taniapassos.pe@dabr.com.br
Publicação: 16/05/2015 03:00
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Na Rua Gomes Coutinho, em Casa Amarela, um dos lados teve o estacionamento vetado |
A restrição ao estacionamento vem crescendo até em ruas secundárias e nos altos. É o caso da Rua Casa Amarela, que dá acesso ao Alto Santa Isabel, na Zona Norte. Por ser muito estreita, com 6 m, a proibição se estendeu aos dois lados da via. A tendência da equipe de projetos da CTTU, porém, é disciplinar o estacionamento em apenas um dos lados e transformar vias estreitas em ruas de mão única, quando for possível oferecer o contrafluxo.
Hoje entra em operação um novo binário em Casa Amarela, com as ruas Sempre Viva e Visconde de Taunay, que passam a ter limitação de estacionamento, e mais três vias do seu entorno.
De acordo com a diretora de projetos da CTTU, Sandra Barbosa, a mudança de perfil das vias ocorre após estudos técnicos e a pedido dos moradores. “A gente analisa a largura da via, o tráfego e ainda se é residencial ou comercial. Onde há comércio, procuramos deixar pelo menos um lado com estacionamento.” Dono de comércio na Rua Casa Amarela, Geraldo Florêncio, 49, sentiu-se aliviado com a proibição. “Aqui é muito estreito e muito perto do mercado. Agora ficou mais tranquilo”, afirmou.
Segundo o professor da UFPE e Unicap, Maurício Pina, o espaço ocupado pelo carro na via pública limita a capacidade de tráfego. “Na engenharia, multiplicamos a largura da faixa pelo fator 525. Para uma faixa de 2,7 m de largura, deixam de circular 1,4 mil veículos por hora. Mas tem que se levar em conta também o fluxo.”
Somente em Boa Viagem 31 ruas se tornaram vias de mão única e com estacionamento em apenas um dos lados. O trabalho se intensifica agora na Zona Norte e nos morros. “Nossa maior dificuldade é que as residências não têm garagem e dificilmente existe a opção do binário, mas a gente conversa e negocia caso a caso”, explicou Sandra.
Ainda segundo ela, a área central da cidade está mais encaminhada. “O Centro é bastante sinalizado e com as limitações definidas e há também a Zona Azul, o desafio agora é for a da área central”, reforçou Sandra Barbosa.