protesto paralisa UPE Comunidade acadêmica protesta contra redução de gastos, que inclui restrição ao uso de ar-condicionado na Politécnica

Publicação: 20/05/2015 03:00

Poli, a primeira escola de engenharia do Nordeste tem 3,7 mil alunos. Na biblioteca, faltam assentos para os estudantes (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)
Poli, a primeira escola de engenharia do Nordeste tem 3,7 mil alunos. Na biblioteca, faltam assentos para os estudantes
AUniversidade de Pernambuco (UPE) vai parar hoje. Professores e funcionários farão protesto contra o Plano de Contingenciamento de Gastos. Os servidores sairão em passeata do Hospital Oswaldo Cruz, Santo Amaro, ao Palácio do Campo das Princesas. A concentração será às 7h.

Um dos reflexos do plano é a restrição no uso do ar-condicionado. Desde o dia 14, os aparelhos da Escola Politécnica de Pernambuco (Poli) só podem ser ligados das 10h às 20h. A ordem, assinada pelo diretor da Poli, José Roberto Cavalcanti, determina que os equipamentos não podem ser usados das 7h às 10h e das 20h às 22h. “Esta medida visa atender o Plano de Contingenciamento implantado pelo governo, sob pena de não recebimento da programação financeira da Escola Politécnica”, informa o documento.

Os 28 professores contratados estão em greve desde o último dia 11 por falta de pagamento dos salários de fevereiro, março e abril. “Um terço deste valor foi pago esta semana. No início de junho, eles receberão mais um terço, e o outro salário será pago até o fim do semestre”, afirmou o diretor da Poli, a mais antiga escola de engenharia do Nordeste. Segundo ele, após a negociação, os professores prometeram voltar às salas de aula amanhã.

Estudantes da UPE também garantiram presença no protesto hoje. Alunos da Poli participarão do ato para criticar a infraestrutura do prédio e a falta de condições de trabalho dos professores. “A biblioteca não comporta a quantidade de alunos. São mais de três mil estudantes, mas o espaço é para cerca de 100. Além disso, não há cadeiras suficientes. Muitas mesas não estão sendo usadas porque os estudantes não têm onde sentar”, reclamou o estudante Lucas Lima.

A Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco informou, por meio da assessoria de comunicação, que o orçamento de 2015 da UPE ainda não foi fechado. Não há também definição sobre corte na verba da instituição. De acordo com o órgão, reuniões entre o estado e a gestão da universidade estão sendo realizadas para chegar aos valores.