Lanche escolar à moda antiga
Pais e mães esquecem alimentos gordurosos que comiam quando crianças e oferecem opções saudáveis para a lancheira dos filhos
Paulo Trigueiro
Especial para o Diario
paulotrigueiro.pe@dabr.com.br
Publicação: 09/08/2015 03:00
![]() | |
Arthur consome um cardápio montado com a ajuda de uma empresa especializada |
A estudante Raiana de Oliveira, 20, começou a mudar o lanche da filha Hadassa, 2 anos e 4 meses, depois que a escola, o Centro de Desenvolvimento Criança (Cedec), lhe enviou um cardápio semanal com alimentos saudáves.
“Meu lanche, quando era criança, sempre foi besteira: biscoito recheado, salgadinho e refrigerante. Consequentement, comecei a dar a mesma coisa para minha filha levar para escola”, explicou. Raiana ainda não conseguiu seguir à risca o cardápio que orienta os pais a encherem a lancheira com bolos, sucos, biscoito sem recheio e frutas, mas tenta ao máximo.
Para garantir um lanche saudável para o filho Arthur Correia, 4 anos, o empresário Eduardo Sá, 29, resolveu contratar uma empresa especializada. “No primeiro ano ele levava o lanche. Só porcaria (risos). Biscoito, achocolatado, suco de caixa. Depois, com o serviço terceirizado, pago quase o mesmo valor (R$ 140) a uma empresa que oferece o lanche correto para meu filho”, explicou. “A adaptação foi facílima, porque muitos coleguinhas dele também comem a mesma coisa.”
Segundo a nutricionista da Secretaria de Saúde do estado, Rejane Barros, a retirada dos biscoitos recheados e do refrigerante é extremamente significativa. “O recheio tem gordura trans, que entope as veias e artérias a médio prazo. Quanto aos alimentos ultraprocessados, como os refrigerantes e sucos de caixinha, a curto prazo causam a obesidade e posteriormente a elevação de colesterol, diabetes e câncer.”
Alemanha
Romeu Reis, de 9 anos, sempre preferiu os lanches saudáveis, mas sentiu uma diferença para melhor quando começou a frequentar a escola em Göttingen, na Alemanha, país no qual vive há um ano. Lá, as escolas têm regras de alimentação rígidas e não permitem a entrada de lancheiras contendo pão branco, iogurte, doces ou balas. Para os menores, não é permitido trazer bebidas de casa.
“Ele reclama se não tem uma fruta na lancheira. Mas gosta de tudo, dos cereais, da tapioca. Na minha família sempre tivemos o hábito de comer bem”, explicou a mãe de Romeu, Germana Uchoa, 43. Para a nutricionista Rejane Barros, ver o exemplo nos pais é a maneira mais eficiente de levar as crianças a comer bem. “É uma maneira muito forte de rebater o ‘beba refrigerante’ dito em tanta propaganda”, avaliou