Calabar, o pernambucano que mudou a história
Matéria do Pernambuco, História & Personagens aborda brasileiro que foi para o lado holandês
Publicação: 02/04/2016 03:00
Avida é feita de escolhas e, ao longo da história, elas foram determinantes para a construção dos fatos. Uma delas, do jovem Domingos Calabar, por exemplo, quase mudou o rumo do Brasil. Era época colonial, em meio à disputa entre os portugueses e holandeses em Pernambuco, o mestiço Calabar teve ousadia e visão de mudar de lado. O ato foi tido pelos portugueses como traição e levou os holandeses à vitória, empurrando parte do povo da capitania para longe. A história dele é a quarta do projeto Pernambuco, História & Personagens, que publicará semanalmente um fascículo da construção da história do nosso estado.
O berço de Calabar não era pobre. Seu pai era dono de três engenhos em Porto Calvo. Inteligente, enérgico e ambicioso, ele não resistiu em ver o circo pegar fogo tão próximo de casa e ofereceu-se como voluntário a Matias de Albuquerque. Por dois anos, submeteu-se às ordens do neto de Duarte Coelho. Aos poucos, porém, chegou a frustração.
Mesmo diante de tantas provas de coragem e da exímia visão estratégica, não tinha o valor reconhecido. Muito por causa dos valores daquela sociedade da época, racista, aristocrática e conservadora. Calabar tinha a pele morena, herdada da mãe, uma índia. Então, o jovem começou a se questionar até decidir mudar de partido e de religião, quando a balança começou a pender para o lado espanhol.
Conhecedor de cada detalhe desta terra, ele começou a conduzir os espanhóis para o contra-ataque. Do primeiro assalto, em Igarassu, aos outros ataques, Matias começou a reconhecer o valor de Calabar. Tentou trazê-lo de volta, não conseguiu. Calabar foi fundamental para sacramentar a vitória com a captura do Arraial do Bom Jesus, mas morreu de um jeito trágico. Muitos, à época, creditaram como um castigo pela traição.
Detalhes sobre a morte do jovem e também do contexto social da época serão publicados amanhã, no caderno de Local. A reportagem biográfica faz parte de um projeto parceria do Diario de Pernambuco com o governo do estado, para reverenciar o bicentenário da Revolução de 1817. Até o próximo ano, toda segunda-feira, serão publicadas reportagens, coordenadas pelo jornalista e escritor Paulo Santos. O leitor poderá colecionar as edições e, ao fim, trocar tudo por uma produção encadernada.
O berço de Calabar não era pobre. Seu pai era dono de três engenhos em Porto Calvo. Inteligente, enérgico e ambicioso, ele não resistiu em ver o circo pegar fogo tão próximo de casa e ofereceu-se como voluntário a Matias de Albuquerque. Por dois anos, submeteu-se às ordens do neto de Duarte Coelho. Aos poucos, porém, chegou a frustração.
Mesmo diante de tantas provas de coragem e da exímia visão estratégica, não tinha o valor reconhecido. Muito por causa dos valores daquela sociedade da época, racista, aristocrática e conservadora. Calabar tinha a pele morena, herdada da mãe, uma índia. Então, o jovem começou a se questionar até decidir mudar de partido e de religião, quando a balança começou a pender para o lado espanhol.
Conhecedor de cada detalhe desta terra, ele começou a conduzir os espanhóis para o contra-ataque. Do primeiro assalto, em Igarassu, aos outros ataques, Matias começou a reconhecer o valor de Calabar. Tentou trazê-lo de volta, não conseguiu. Calabar foi fundamental para sacramentar a vitória com a captura do Arraial do Bom Jesus, mas morreu de um jeito trágico. Muitos, à época, creditaram como um castigo pela traição.
Detalhes sobre a morte do jovem e também do contexto social da época serão publicados amanhã, no caderno de Local. A reportagem biográfica faz parte de um projeto parceria do Diario de Pernambuco com o governo do estado, para reverenciar o bicentenário da Revolução de 1817. Até o próximo ano, toda segunda-feira, serão publicadas reportagens, coordenadas pelo jornalista e escritor Paulo Santos. O leitor poderá colecionar as edições e, ao fim, trocar tudo por uma produção encadernada.