União de alunas garante absorventes para todas
Projeto de compartilhamento iniciado na UFPE se espalha por instituições de diferentes estados
Publicação: 17/04/2016 03:00
Thamires Oliveira
Especial para o Diario
local.pe@dabr.com.br
Muitas mulheres certamente já passaram por situações em que precisavam de um absorvente, mas não tinham na bolsa. O desespero e o constrangimento são sensações comuns neste momento. Mas esse problema não acontece mais em intituições de ensino onde projetos de compartilhamento de absorvente se consolidaram como forma de ajuda mútua entre as alunas.
A ideia nasceu no início deste mês, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e se espalhou por outros setores da instituição. A divulgação na na internet fez com que estudantes de outras universidades, como Aeso Barros Melo, e escolas também aderissem à campanha.
“Deixe um, se estiver sobrando” é o que dizem as plaquinhas acompanhadas por uma cestinha cheia de absorventes na UFPE. Manuela Marinho, 20 anos, é estudante de design na Federal e teve a primeira iniciativa no estado. No dia 1º de abril, ela iniciou a campanha na instituição colocando alguns absorventes em uma caixinha de plástico, acompanhado de um plaquinha no banheiro do andar térreo do centro. “Dias depois, postaram uma foto no grupo da UFPE no Facebook apoiando a ação. A placa foi refeita e a caixinha preenchida. Fiquei surpresa”, relatou a estudante.
O que Manuela não esperava é que essa rede de doações de absorventes se espalhasse para tantos outros lugares. Em menos de 15 dias, estudantes de vários centros aderiram à ideia. Nas redes sociais, alunas de engenharia, nutrição, enfermagem, terapia ocupacional, ciências biológicas, geologia, antibióticos, educação física e outros cursos postaram fotos da ação nos banheiros dos seus departamentos.
No prédio de Engenharias (CTG), Beatriz Coimbra, 21 anos, se surpreendeu ao encontrar no banheiro absorventes disponíveis. “É uma iniciativa fantástica. Já passei por um susto de não ter um absorvente e nem uma amiga por peto. Agora não teremos mais esse problema.”
Na Aeso Barros Melo, em Peixinhos, Olinda, um grupo de amigas viu a iniciativa nas redes sociais e se uniu. As alunas do primeiro período de fotografia Beatriz Pereira, 18 anos, Isolda Nascimento, 20 anos, Wiara Souza, 18 anos, Alice Xavier, 25 anos, e a estudante de artes visuais Sofia Marino, 19 anos, levaram o projeto a dois banheiros.
“Absorvente ainda é tabu muito grande. A sociedade transforma a menstruação em constrangimento para a mulher, e não tem que ser. Essa ideia de coletividade é muito bacana”, reforçou Alice.
Na Universidade Rural de Pernambuco, a estudante Talita Rodrigues, 20 anos, também encontrou no seu departamento, educação física, um minidepósito de absorventes. “Passamos tanto tempo dentro da universidade. E saber que podemos contar umas com as outras é bem legal”, afirmou.
Na Erem Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, Janine Medeiros, 17 anos, tomou a iniciativa. “Um amigo me mostrou e eu gostei. Nós, meninas, sempre precisamos, e dessa forma estamos nos ajudando”, disse.
Numa prova de que o conceito de sororidade - pelo qual mulheres devem se ajudar como irmãs - o projeto chegou também a outros estados. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a professora Izabel Nascimento, iniciou, na última segunda-feira, uma campanha de doação de absorventes no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e a ideia já começou a se espalhar por outros departamentos.
Alunas da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, também iniciaram a campanha nos dois campi da universidade, inspiradas nas estudantes da UFPE. A estudante de ciências biológicas Boo Yukimitsu, 28 anos, começou a espalhar um minidepósito em cada prédio da universidade. “Espero que essa ideia se multiplique ainda mais”.
Especial para o Diario
local.pe@dabr.com.br
Muitas mulheres certamente já passaram por situações em que precisavam de um absorvente, mas não tinham na bolsa. O desespero e o constrangimento são sensações comuns neste momento. Mas esse problema não acontece mais em intituições de ensino onde projetos de compartilhamento de absorvente se consolidaram como forma de ajuda mútua entre as alunas.
A ideia nasceu no início deste mês, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e se espalhou por outros setores da instituição. A divulgação na na internet fez com que estudantes de outras universidades, como Aeso Barros Melo, e escolas também aderissem à campanha.
“Deixe um, se estiver sobrando” é o que dizem as plaquinhas acompanhadas por uma cestinha cheia de absorventes na UFPE. Manuela Marinho, 20 anos, é estudante de design na Federal e teve a primeira iniciativa no estado. No dia 1º de abril, ela iniciou a campanha na instituição colocando alguns absorventes em uma caixinha de plástico, acompanhado de um plaquinha no banheiro do andar térreo do centro. “Dias depois, postaram uma foto no grupo da UFPE no Facebook apoiando a ação. A placa foi refeita e a caixinha preenchida. Fiquei surpresa”, relatou a estudante.
O que Manuela não esperava é que essa rede de doações de absorventes se espalhasse para tantos outros lugares. Em menos de 15 dias, estudantes de vários centros aderiram à ideia. Nas redes sociais, alunas de engenharia, nutrição, enfermagem, terapia ocupacional, ciências biológicas, geologia, antibióticos, educação física e outros cursos postaram fotos da ação nos banheiros dos seus departamentos.
No prédio de Engenharias (CTG), Beatriz Coimbra, 21 anos, se surpreendeu ao encontrar no banheiro absorventes disponíveis. “É uma iniciativa fantástica. Já passei por um susto de não ter um absorvente e nem uma amiga por peto. Agora não teremos mais esse problema.”
Na Aeso Barros Melo, em Peixinhos, Olinda, um grupo de amigas viu a iniciativa nas redes sociais e se uniu. As alunas do primeiro período de fotografia Beatriz Pereira, 18 anos, Isolda Nascimento, 20 anos, Wiara Souza, 18 anos, Alice Xavier, 25 anos, e a estudante de artes visuais Sofia Marino, 19 anos, levaram o projeto a dois banheiros.
“Absorvente ainda é tabu muito grande. A sociedade transforma a menstruação em constrangimento para a mulher, e não tem que ser. Essa ideia de coletividade é muito bacana”, reforçou Alice.
Na Universidade Rural de Pernambuco, a estudante Talita Rodrigues, 20 anos, também encontrou no seu departamento, educação física, um minidepósito de absorventes. “Passamos tanto tempo dentro da universidade. E saber que podemos contar umas com as outras é bem legal”, afirmou.
Na Erem Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora, Janine Medeiros, 17 anos, tomou a iniciativa. “Um amigo me mostrou e eu gostei. Nós, meninas, sempre precisamos, e dessa forma estamos nos ajudando”, disse.
Numa prova de que o conceito de sororidade - pelo qual mulheres devem se ajudar como irmãs - o projeto chegou também a outros estados. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a professora Izabel Nascimento, iniciou, na última segunda-feira, uma campanha de doação de absorventes no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes e a ideia já começou a se espalhar por outros departamentos.
Alunas da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, também iniciaram a campanha nos dois campi da universidade, inspiradas nas estudantes da UFPE. A estudante de ciências biológicas Boo Yukimitsu, 28 anos, começou a espalhar um minidepósito em cada prédio da universidade. “Espero que essa ideia se multiplique ainda mais”.