Menina sofreu com a falta de cuidados do pai

Publicação: 26/07/2016 09:00

“Ela ainda está um pouco assustada e com algumas marcas de pernilongos pelo corpo, mas vai ficar bem.” Essas foram as palavras ditas por Cláudia Cavalcanti quando deixou o Instituto de Medicina Legal (IML) com a filha na tarde de ontem. A menina também precisou fazer exames de corpo de delito antes de seguir para casa com a família. “Como ela passou vários dias viajando e está um pouco molinha, vou levá-la à pediatra. Mas logo, logo ela vai voltar à rotina dela”, ressaltou a mãe, que não dormiu nem comeu direito durante os 14 dias em que esteve longe da única filha.

De acordo com a delegada Gleide Ângelo, durante os dias em que esteve com o pai, Júlia teria se alimentado mal. “Os taxistas disseram que durante as viagens a criança comia apenas biscoitos e dormia muito. Foi tudo muito cansativo para ela. No kitnet onde Janderson e ela estavam não tinha nada, nem comida tinha. Ele sabia que estava sendo procurado e estava com medo de ser encontrado. Chegaram a dormir duas noites em um barco e a criança está cheia de marcas de muriçocas de nome esquisito (carapanã)”, ressaltou a delegada.

Também segundo Gleide Ângelo, Janderson teria dito a algumas pessoas que se a polícia tentasse tirar a filha dele, cometeria suicídio. “Ele tinha uma faca grande e soubemos que estava tentando comprar um revólver. Além disso, estava com um tablet e telefone celular. Ele disse também que fugiu com a menina porque o teriam proibido de ver a criança, o que não é verdade. Janderson tinha autorização da Justiça para ficar um dia com a criança. Agora em agosto, iria poder ficar dois dias com a filha”, comentou a delegada.

Antes de reencontrar a mãe, Júlia a viu por meio de um vídeo mostrado pela delegada. “Quando eu e Fabiana mostramos o vídeo com a mãe dela falando, as lágrimas começaram a cair dos olhinhos dela e dos meus também. Ela é uma menina muito fofa. É um anjo. Depois que a pegamos, ela comeu bem mas não falava nada. Queria apenas ficar no colo. Temos muito o que agredecer aos policiais do Maranhão, Pará e Amapá, que participaram da investigação”, finalizou Gleide Ângelo.