Olinda em meio ao clima de insegurança
Policiamento ganha reforço nas ladeiras, mas moradores e frequentadores ainda sentem medo na área
Publicação: 30/01/2017 03:00
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Polícia Militar ampliou a quantidade de policiais nas ruas e redefiniu os horários para contemplar o período noturno |
Moradores e visitantes viveram um dia tranquilo, ontem, na chamada Cidade Alta de Olinda, que enfrentou momentos de medo no domingo anterior. Na parte baixa, no entanto, onde ocorreram arrastões na semana passada, no Carmo, uma discussão numa barraca instalada na orla terminou com tiros, um homem morto e outro ferido. Apesar da tranquilidade com presença maior de policiamento e de guardas municipais, moradores temiam pela noite e havia quem admitisse ter deixado de circular pela cidade por medo.
“Estava completamente diferente da semana passada”, disse Moacir da Nóbrega, de 41 anos, ao lado da esposa, Elizabeth da Nóbrega, de 47, residentes na Rua Quinze de Novembro, que dá acesso ao pátio da prefeitura. Os dois haviam circulado pela Cidade Alta desde as 16h e, na comparação com o fim de semana anterior, achavam o local mais tranquilo e com mais presença de policiais militares e de guardas municipais. Mas o casal fez uma ressalva. “O grande problema de Olinda é quando anoitece”, alertou Elizabeth.
O prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), percorreu a Cidade Alta com secretários, falando com moradores, comerciantes e visitantes. “Temos um reforço de 128 homens (PMs) e 120 guardas municipais”, destacou, acrescentando que, a cada dia, a situação deve melhorar. Participando da caminhada, o secretário-executivo de Relações Institucionais de Olinda, Arlindo Siqueira, disse que o efetivo da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) foi elevado de 80 profissionais para 140 e houve mudança na escala de trabalho para abarcar o horário crítico. Agora, setenta policiais atuam entre as 15h e 18h e o restante trabalha das 17h às 22h. PMs liberados dos jogos do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste vão reforçar a segurança.
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Ausência de blocos tradicionais, ontem, é um dos motivos para a tranquilidade local |
Morador da Rua Prudente de Morais, onde ocorreram cenas de violência no domingo anterior, o vice-presidente da Pitombeiras, Rodrigo Costa, de 41 anos, disse que a violência da semana passada foi decorrente de briga de facções vinculadas a clubes de futebol. “Eles gritavam os nomes (dos clubes e das torcidas) e tivemos que fechar as janelas, as crianças ficaram muito assustadas”, lembrou a esposa, Ana Rosa. Rodrigo salientou outro diferencial de ontem em relação à semana passada: o fato de que não houve desfile de uma agremiação de peso, como a Troça Carnavalesca Ceroula. Ontem à tarde, desfilou apenas a Donzelinhos de Olinda e uma orquestra contratada pela prefeitura.
Diferentemente da Cidade Alta, a orla viveu uma tarde de medo, correria e morte, quando uma discussão envolvendo várias pessoas acabou em agressões verbais e um tiroteio numa barraca, aproximadamente às 16h. Até o fechamento desta edição, a polícia não informou as identidades da vítima fatal e do ferido, socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda, onde uma funcionária afirmou não ter autorização para fornecer informações. A Guarda Municipal de Olinda também não forneceu detalhes complementares.
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