Atividades intensas do início da manhã ao fim da noite

Publicação: 19/08/2017 03:00

Entrar para o Curso de Operações Especiais significa também abrir mão do contato com a família por vários dias seguidos e ainda do acesso ao mundo externo à área do Bope. Durante a semana, os alunos falam apenas como a equipe de instrução. Somente quando são liberados, no sábado ou no domingo, voltam ao convívio da família e amigos. Isso para aqueles que são pernambucanos. Como as folgas são curtas, um dia e meio no máximo, quem mora em outro estado não tem tempo hábil de voltar para casa. Os “estrangeiros” acabam também fazendo laços de amizade com os familiares dos policiais que moram na Região Metropolitana do Recife.

O subcoordenador do curso, capitão Raphael Pires, conta que o cotidiano dos alunos começa cedo e tem atividades ao longo de todo o dia. “A rotina dos policiais que estão passando pelo curso é parecida com a de um internato. Eles se apresentam na segunda-feira às 6h e só são liberados no sábado ou no domingo. Nesse período em que estão aqui, a alvorada (despertar) acontece às 5h, quando o aluno inicia a preparação de equipamento, faz o asseio pessoal e toma seu café. Em seguida já são iniciadas as instruções, que acontecem pela manhã, à tarde e à noite”, detalhou capitão Pires.

Antes de serem liberados para dormir, nessa fase do treinamento, o que acontece por volta das 23h30, os militares têm aproximadamente uma hora para revisarem o que aprenderam. “É dado esse tempo para que o aluno possa estudar e rever todo o conteúdo que foi colocado em prática naquele dia. Em cada fase do treinamento, o aluno vai ter períodos para dormir um pouco mais ou um pouco menos por noite, justamente para ficar treinado para as situações de cansaço”, ponderou o oficial.

Em visita à sede do Bope no mês passado, o governador Paulo Câmara falou sobre as expectativas com o trabalho do novo grupo. “Temos buscado, de todas as formas, trabalhar por um estado mais seguro, com mais paz. Dentro da estratégia do nosso plano de segurança, quando anunciamos um investimento de R$ 290 milhões, estava a criação do Bope. A gente quer que esse batalhão cada vez mais se consolide e ajude a salvar vidas, que é o nosso grande intuito”, declarou Câmara. Também estiveram no batalhão o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, e o chefe da Polícia Militar, coronel Vanildo Maranhão.