Ensino Técnico é caminho para entrar no mercado

Publicação: 28/09/2017 03:00

Até 2024, o Plano Nacional de Educação (PNE) prevê elevar a taxa líquida de matrículas no Ensino Superior brasileiro para 33%. Uma das perguntas que o Brasil precisa responder, defende o secretário de educação básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, é o que fazer com os outros 67% dos estudantes egressos do Ensino Médio. Ampliar a qualificação técnica e profissional do país é uma solução desejada. Para 77,6% dos estudantes brasileiros, matérias dirigidas à formação profissional, técnica e aconselhamento são importantes. Entretanto, metade dos estudantes do ensino regular ou Educação de Jovens e Adultos (EJA) desconhecem a modalidade.

O país mantém um índice de 8% de matrículas no Ensino Técnico. Em países como Alemanha e Suíça, esse percentual varia entre 45% e 50%. A pesquisa do Todos Pela Educação mostrou que, no Brasil, 76% dos alunos estariam dispostos a trocar um terço das disciplinas comuns por técnicas. “As pessoas nascem com vocações distintas. Não se forma uma nação 100% de universitários”, explica o mestre em economia e professor da UniFG, Roberto Ferreira. “O mercado tem essa necessidade, considerando a evolução do trabalho. O técnico se adapta às demandas. Compreendemos que o novo modelo não será, inclusive, uma proposta estática e que cada região poderá fazer inserções”, disse o diretor de educação profissional do Senac no estado, Eliézio Silva.

Pernambuco sai na frente nesse quesito. O estado ampliou, em 10 anos, de seis para 37 o número de escolas técnicas. Até o fim deste ano, serão 45. “Todas elas funcionam também em tempo integral. É como se a gente já tivesse implementado os itinerários formativos. O nosso desafio agora é ampliar”, diz o secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amancio.

Ainda no Ensino Fundamental, Pedro Mattos, 15 anos, buscou exemplos de excelência no Ensino Médio. Naquela época estudante do ensino privado, ele encontrou na Escola Técnica Estadual Cícero Dias/Núcleo Avançado em Educação (Nave) o que procurava. “Aqui o ensino é dinâmico. Ocorre um desenvolvimento conjunto das percepções de teoria e das aplicações”, explicou o adolescente, hoje no 2º ano. Entre os desafios para a ampliação do Ensino Técnico no país, Marcos Magalhães diz que será preciso proatividade das escolas para entender a demanda dos jovens de estado e município. “É uma escola completamente diferente da propedêutica, pois os cursos técnicos se obsoletam com o tempo. Acredito que os grandes parceiros das redes estaduais nesse processo deveriam ser o Senai e o Senac, que já têm essa expertise.”