Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 34 anos, foi condenado ontem a 57 anos de reclusão em regime fechado pelo duplo assassinato de seus pais, o bispo da Igreja Anglicana Edward Robinson de Barros Cavalcanti, e Miriam Cavalcanti, ocorrido em 26 de fevereiro de 2012. Ele cometeu o crime na residência em que o casal morava, no bairro dos Bultrins, em Olinda. O assassinato aconteceu três dias após o autor regressar dos Estados Unidos, onde viveu por 13 anos, e teve várias passagens pela polícia. O julgamento foi presidido pela juíza Flávia Fabiane, tendo como promotora Maria Carolina Jucá.

A Defensoria Pública pretende recorrer da decisão. De acordo com a defensora Teresa Joacyr Melo, a pena foi exacerbada. Ela pedirá novo julgamento porque a Justiça não acatou a tese de inimputabilidade (incapacidade) a partir de laudo de um psiquiatra do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP-PE), em Itamaracá, onde Eduardo chegou a ficar preso. “Eles tinham um outro laudo, contrário do HCTP”, admitiu. Para ela, o acusado não ajudou a defesa, embora tenha aceitado a proposta de falar sobre o crime. “Em juízo ele nunca falou. Hoje (ontem), disse que foi ele, mas não deu os motivos. Contou uma história sem pé nem cabeça, de que os pais estavam com 500 mil dólares que ele teria mandado dos Estados Unidos”.