Mordidas podem ser resposta para mistério
Pesquisa facilitará identificação das espécies envolvidas em ataques de tubarão em Pernambuco
Publicação: 17/04/2018 09:00
De todos os ataques de tubarão ocorridos em Pernambuco, desde 1992, só 11% tiveram a espécie envolvida confirmada. Para entender o fenômeno e buscar soluções, a Universidade Federal Rural (UFRPE) acaba de concluir a construção de modelos da forma exata da arcada dentária de cinco tubarões - tigre, cabeça-chata, martelo, flamengo e galha preta, o que pode acelerar a descoberta. As pesquisas são desenvolvidas paralelamente às tentativas de descobrir detalhes sobre o provável 64º ataque, ocorrido na tarde do domingo, que vitimou o vendedor Pablo Diego Inácio de Melo, 34 anos. O potiguar, que foi mordido em Piedade, Jaboatão, está internado em estado grave no Hospital da Restauração, e teve a perna direita amputada.
O pesquisador Jonas Rodrigues explica que a ferramenta é fundamental quando não se tem a presença do dente para identificar a espécie que mordeu nem uma filmagem. “Usamos um modelo desse no último caso, que ocorreu em Del Chifre (em abril de 2015)”, conta.
Outra pesquisa da Rural já apontou que uma das causas da ocorrência de incidentes em Fernando de Noronha é a superpopulação do arquipélago. “Também já temos resultados sobre como funciona a migração de tubarões na costa de Pernambuco”, adiantou Jonas.
Duas perícias vão ser realizadas para confirmar o ataque do domingo, uma delas na perna amputada e a outra nos ferimentos no resto do corpo da vítima. O presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Leodilson Bastos, disse que “possivelmente o ataque será confirmado”, em função das características, pois ocorreu num momento em água turva, o que aumenta o risco. “Oficializamos pedidos de perícia ao IML e há fortes evidências que foi um tubarão. Começamos a ouvir algumas pessoas, como a mãe da vítima. Depois que recebermos os laudos, iremos marcar uma reunião extraordinária do Cemit”, afirmou. Segundo ele a ideia é tentar mudar o foco de ação dos tubarões para os seres humanos.
"Existe uma pesquisa em curso, que está desenvolvendo uma espécie de alarme que avisa ao Corpo de Bombeiros quando há banhistas em risco. Analisando esse caso, vemos que precisamos despertar o olhar para o comportamento humano”, detalhou o coronel.
Ação
O Ministério Público de Pernambuco identificou que a ausência de profissionais para socorrer banhistas e a precariedade dos equipamentos de trabalho são fatores que põem em risco a população. “Recomendamos que o estado fizesse concurso, comprasse novas boias, bandeiras de sinalização e jet skis. Não foi tomada providência. Também recomendamos que a Prefeitura do Recife contratasse guarda-vidas e não tivemos resposta”, explicou o promotor Ricardo Coelho.
O órgão pretende pedir liminar na Justiça para que governo e prefeitura sejam obrigados a cumprir a recomendação. O Corpo de Bombeiros deverá formar 300 profissionais neste ano, e a vigilância da orla deve ganhar reforço a partir de junho. A prefeitura preferiu não se pronunciar.
As 5 espécies
Galha preta - Pode chegar a 3 metros e 125 kg
O pesquisador Jonas Rodrigues explica que a ferramenta é fundamental quando não se tem a presença do dente para identificar a espécie que mordeu nem uma filmagem. “Usamos um modelo desse no último caso, que ocorreu em Del Chifre (em abril de 2015)”, conta.
Outra pesquisa da Rural já apontou que uma das causas da ocorrência de incidentes em Fernando de Noronha é a superpopulação do arquipélago. “Também já temos resultados sobre como funciona a migração de tubarões na costa de Pernambuco”, adiantou Jonas.
Duas perícias vão ser realizadas para confirmar o ataque do domingo, uma delas na perna amputada e a outra nos ferimentos no resto do corpo da vítima. O presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Leodilson Bastos, disse que “possivelmente o ataque será confirmado”, em função das características, pois ocorreu num momento em água turva, o que aumenta o risco. “Oficializamos pedidos de perícia ao IML e há fortes evidências que foi um tubarão. Começamos a ouvir algumas pessoas, como a mãe da vítima. Depois que recebermos os laudos, iremos marcar uma reunião extraordinária do Cemit”, afirmou. Segundo ele a ideia é tentar mudar o foco de ação dos tubarões para os seres humanos.
"Existe uma pesquisa em curso, que está desenvolvendo uma espécie de alarme que avisa ao Corpo de Bombeiros quando há banhistas em risco. Analisando esse caso, vemos que precisamos despertar o olhar para o comportamento humano”, detalhou o coronel.
Ação
O Ministério Público de Pernambuco identificou que a ausência de profissionais para socorrer banhistas e a precariedade dos equipamentos de trabalho são fatores que põem em risco a população. “Recomendamos que o estado fizesse concurso, comprasse novas boias, bandeiras de sinalização e jet skis. Não foi tomada providência. Também recomendamos que a Prefeitura do Recife contratasse guarda-vidas e não tivemos resposta”, explicou o promotor Ricardo Coelho.
O órgão pretende pedir liminar na Justiça para que governo e prefeitura sejam obrigados a cumprir a recomendação. O Corpo de Bombeiros deverá formar 300 profissionais neste ano, e a vigilância da orla deve ganhar reforço a partir de junho. A prefeitura preferiu não se pronunciar.
As 5 espécies
Galha preta - Pode chegar a 3 metros e 125 kg
- Alimenta-se de peixes, incluindo filhotes de outras espécies de tubarão
- Comum em águas tropicais e temperadas
- Habita perto da costa nos cinco continentes
- Frequente no Norte-Nordeste e no Sudeste do Brasil
- Seus bandos têm até 100 indivíduos
- Habita os 5 oceanos
- Comum nas costas das Américas do Sul e Central, além da Flórida (EUA), Caribe, Ásia e Oceania
- Já foram capturados exemplares de 1,3 metro na costa do Recife
- Comum em águas tropicais
- Não é considerada uma espécie perigosa
- Presente em todo o Hemisfério Sul e em alguns locais do Hemisfério Norte
- Considerado um dos mais agressivos