GUABIRABA » Um doce de sabor muito raro

Publicação: 20/06/2018 03:00

Uma iguaria rara e produzida somente uma vez por ano em Paudalho vem sobrevivendo às gerações, mas corre o risco de desaparecer. O doce de guabiraba é preparado entre os meses de março e maio de forma artesanal por poucas famílias do município preocupadas em manter a tradição.

Isabel Cristina de Assis, 50 anos, conta que preparar o doce é uma rotina que vem dos bisavós dela. Ela e o marido, Romário Teófilo, 50, catam as frutas em um sítio. Em casa, separam a polpa da casca e das sementes. Depois, a cada quilo de polpa, acrescentam um quilo de açúcar. Por fim, são duas horas mexendo o caldo em um tacho, sem pausa. “A gente se reveza na hora de mexer o doce, mas é bem cansativo”, conta Isabel. O casal vende o produto em casa. Seiscentos gramas custam R$ 25. Os clientes são antigos amantes do doce de guabiraba.

Isabel conta que após a duplicação da BR-408, muitas árvores de Guabiraba foram abaixo. “As pessoas também não se preocupam em manter as árvores, em cultivar. Se eu tivesse espaço na minha casa, teria uma. A árvore tem um porte muito grande”, conta. A Guabiraba pode alcançar uma média de 15 metros, segundo especialistas. Isabel e o marido ensinaram a tradição para o neto, que será o responsável por passar adiante a receita da iguaria.