Duas décadas de espera

Publicação: 21/07/2018 03:00

O primeiro anúncio de restauração do imóvel, construído no século 19, foi feito em 1998, pela Prefeitura do Recife. Neste mesmo ano, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas o Chantecler nunca foi reativado. O município deixou a cargo dos administradores a ocupação, exigindo apenas a preservação das características arquitetônicas. As obras externas foram concluídas 14 anos depois.

O Chantecler - do francês chant clair, que significa “canto claro” - tem três pavimentos. Originalmente, além de seis apartamentos residenciais, contava com áreas para comércio. O imóvel é formado por um conjunto de seis edifícios. Até os anos 1940, o térreo era ocupado com armazéns de açúcar. Já os andares superiores eram residenciais. No período da Segunda Guerra Mundial, porém, os moradores deixaram o imóvel. O primeiro andar passou a ser ocupado pela boate Chantecler, com música ao vivo.

Frequentada pela alta sociedade, a boate foi palco de desfiles de moda e palco para cantores como Agnaldo Timóteo, Cauby Peixoto e Nélson Gonçalves. No pavimento superior, estava a pensão Rendez-vous, um prostíbulo. Cerca de 20 anos depois, a boate Black Tie foi inaugurada no conjunto, na parte do prédio virada para a Rua Madre de Deus. A casa de shows funcionou até 1975. Além da boate, as pensões Rex e Night and Day funcionaram até o Bairro do Recife entrar em decadência na década de 1970.