Gosto pela música atravessa gerações no município

Publicação: 09/09/2019 03:00

Para onde a gente se vira na Terra da Música escuta um som de instrumento. Foi assim, desde sempre, na casa dos irmãos Ramalho. Edson tocava sax e os gêmeos Eder e Elder, sanfona. Depois dos primeiros acordes na sanfona, os gêmeos descobriram que também sabiam cantar, foi quando surgiu a dupla Forró dos Gêmeos, por volta de 2004, quando os dois tinham 15 anos. Eles se apresentavam nas festas da região e chegaram até a ganhar dois festivais de música na vizinha Afogados da Ingazeira. A dupla existiu até 2017, quando Elder fez concurso para a polícia militar do Pará, passou, e deixou a música de lado. Sozinho, Eder partiu para ensinar sanfona na escola Israel Gomes e apresentar-se com bandas de forró da região. “A música é um alimento. Dá uma incerteza viver dela muito embora numa região como a nossa dá para viver relativamente bem porque sanfoneiro sempre é requisitado para os eventos”, pontua Eder Ramalho, 32.

Outro exemplo de fidelidade à música é demonstrado pelo barbeiro e agricultor Antônio de Pádua Lima, o Antônio de Gitirana, de 49 anos. Ele é o maestro da Filarmônica Santo Antônio, que existe desde 1917, e também é professor de teoria musical na Escola de Música Maestro Israel Gomes. A filarmônica é um dos seus xodós. Antônio conta que para mantê-la bota dinheiro até do próprio bolso, além de organizar rifas e bingos. Além de apresentar-se nas festas tradicionais do município e até nas procissões, quando toca um repertório composto por hinos, marchas e dobrados, a filarmônica conta com o projeto Música na Rua, apresentando-se em vários locais de Carnaíba.