A Cruz Vermelha Brasileira e a Prefeitura do Recife vão distribuir, em parceria, mais de 200 mil absorventes a mulheres e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social acompanhadas pelos serviços da Assistência Social, além de vítimas de violência doméstica atendidas pelos serviços da Secretaria da Mulher do Recife e pacientes da rede municipal de saúde. A entrega do material pela organização internacional ocorre por meio das secretarias da Mulher, de Saúde, Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas.  A doação contempla 25.092 pacotes com 200.736 unidades.  

Na rede de assistência social, a distribuição será nas casas de acolhida, os Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) e os Centros de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS). Um dos locais beneficiados é a Casa de Acolhida Recomeço, que fica em Campo Grande e é gerenciada pela Prefeitura do Recife desde 2013. O local abriga 40 pessoas em situação de rua e é destinado ao acolhimento de mulheres e seus filhos. As mulheres em situação de rua atendidas pelo Serviço Especializado de Assistência Social (SEAS) e pelo Centro POP também receberão os absorventes. Nos CREAS, serão beneficiadas as adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.

“A missão da Cruz Vermelha é atenuar o sentimento humano e diminuir o sofrimento da população. Então, a Cruz Vermelha tem esse objetivo de poder, neste momento, diminuir a questão da evasão escolar e combater a pobreza menstrual. São mais de 200 mil unidades de absorventes que a Cruz Vermelha, em parceria com a Always do Brasil, doou para o município. Eu tenho certeza absoluta que esse material vai chegar em mulheres, em homens trans, em pessoas que realmente precisam e estão em situação de vulnerabilidade social”, explicou o presidente da entidade, Julio Cals.

A campanha promovida pela Cruz Vermelha é chamada Menina Ajuda Menina, e é uma parceria com a Always Brasil, que está entregando absorventes em todo o país, visando enfrentar o cenário de pobreza menstrual no Brasil. A ideia é promover a distribuição de absorventes a meninas e mulheres que não têm condições financeiras de comprar esses itens, permitindo que elas tenham mais oportunidades de construir um futuro melhor.

“Essa é uma parceria que, ao mesmo tempo reconhece e vai rompendo o mito acerca de um tema tão delicado, que é a dignidade menstrual, mostra que a gente enxerga a população em vulnerabilidade social, pessoas que menstruam em idade escolar. Quando a gente pauta a dignidade, a gente também pauta o respeito a algo que é da natureza humana”, comemorou a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão.  
 
Números

• 29% das jovens brasileiras dizem que já ficaram sem dinheiro para comprar absorventes, segundo pesquisa realizada pela Always
  
  
• 33% é o índice entre jovens das classes D e E
  
  
• 25% se sentem desconfortáveis para falar de menstruação
  
  
• 57% afirmam que a primeira menstruação as deixou menos confiantes