Empresa que lidera edital já teve falhas
Com problemas em outros estados, L8 Group foi autora da menor proposta para operar câmeras de videomonitoramento em Pernambuco
Felipe Resk
Publicação: 05/09/2024 03:00
Com lance de R$ 123 milhões, a L8 Group S/A foi a autora da menor proposta e lidera a concorrência para operar o parque de 2 mil câmeras de videomonitoramento em Pernambuco. O pregão foi realizado na semana passada e registrou, ao todo, 17 empresas participantes.
Conhecida por disputar diversas licitações no país, a L8 Group tem sede no Paraná e já protagonizou uma série de dificuldades para implementar sistemas de segurança em outros estados. Procurada, a companhia diz ter “mais de 10 anos de atuação no mercado” e “vasta experiência” em segurança eletrônica e cibersegurança.
No Rio de Janeiro, a empresa respondeu por suspeitas de irregularidades no contrato com a Polícia Militar. Já em São Paulo, foi eliminada ainda na fase de testes – ocasião em que câmeras de vigilância apresentaram problemas até para se conectar à internet. Também foi desclassificada na Bahia por não cumprir pré-requisitos básicos do projeto.
O edital de Pernambuco foi lançado em junh e prevê que os equipamentos de vigilância, instalados em vias públicas, tenham programas de inteligência artificial capazes, por exemplo, de rastrear carros e detectar aglomerações.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirma que a licitação ainda está na fase de análise de documentos da empresa vencedora do pregão. O sistema de videomonitoramento está sem funcionar no estado desde dezembro de 2023.
No ano passado, a L8 Group também ganhou o pregão do Smart Sampa, o principal projeto de segurança da prefeitura de São Paulo, para instalar 20 mil câmeras nas ruas, mas terminou eliminada.
Na ocasião, a companhia deveria demonstrar a sua capacidade técnica para operar o sistema. O relatório oficial, ao qual o Diario de Pernambuco teve acesso, apontou uma série de falhas, inclusive de conexão.
“Você sabe que problema de internet todo mundo tem, né?”, justificou o representante da L8 Group, ao ser questionado pelos técnicos presentes na avaliação, conforme o relatório. O argumento foi considerado “sem sentido” pela comissão julgadora.
Em nota, a companhia contesta sua eliminação nos editais de São Paulo e da Bahia. “Em ambos os casos, a L8 Group venceu os certames e apresentou as soluções mais vantajosas para a administração pública”, alega.
CAPACIDADE
No Rio de Janeiro, a empresa venceu licitação para instalar câmeras em viaturas e fardas de PMs e foi notificada pela corporação, em outubro de 2023 e em janeiro deste ano, por supostas irregularidades. Entre elas, estão atraso em entregas e ausência de especialistas para melhorar configurações de reconhecimento facial.
Apesar das contestações, a L8 diz que a “solução instalada é a mais avançada e segura do Brasil”. “Inclusive, vale manifestar que os contratos do Rio estão todos sendo renovados, o que atesta a capacidade da empresa na gestão de projetos deste porte”, defende.
Na licitação em Pernambuco, a L8 apresentou, ainda, atestado de capacidade técnica que é assinado por representante de outra empresa privada, a SegD’Boa, sobre prestação de serviço de videomonitoramento dentro da sede de uma companhia da Polícia Militar paulista, em Osasco, na Grande São Paulo. Um dos itens do edital, entretanto, prevê que “para efeito de qualificação e habilitação técnica da licitante não serão computados os atestados técnicos provenientes de subcontratações”.
“Em relação ao contrato com a SegD’Boa, a L8 informa que seu contrato não é com a PMESP [Polícia Militar do Estado de São Paulo], e sim com a SegD’Boa, e vocês estão convidados a conhecerem as instalações”, respondeu a empresa, ao ser questionada pela reportagem sobre o documento.
Já a SDS diz que “a validade de qualquer documento, incluindo atestados de capacidade técnica e possíveis subcontratações, será avaliada rigorosamente conforme o rito estabelecido, garantindo a transparência e a integridade do processo”.
Conhecida por disputar diversas licitações no país, a L8 Group tem sede no Paraná e já protagonizou uma série de dificuldades para implementar sistemas de segurança em outros estados. Procurada, a companhia diz ter “mais de 10 anos de atuação no mercado” e “vasta experiência” em segurança eletrônica e cibersegurança.
No Rio de Janeiro, a empresa respondeu por suspeitas de irregularidades no contrato com a Polícia Militar. Já em São Paulo, foi eliminada ainda na fase de testes – ocasião em que câmeras de vigilância apresentaram problemas até para se conectar à internet. Também foi desclassificada na Bahia por não cumprir pré-requisitos básicos do projeto.
O edital de Pernambuco foi lançado em junh e prevê que os equipamentos de vigilância, instalados em vias públicas, tenham programas de inteligência artificial capazes, por exemplo, de rastrear carros e detectar aglomerações.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirma que a licitação ainda está na fase de análise de documentos da empresa vencedora do pregão. O sistema de videomonitoramento está sem funcionar no estado desde dezembro de 2023.
No ano passado, a L8 Group também ganhou o pregão do Smart Sampa, o principal projeto de segurança da prefeitura de São Paulo, para instalar 20 mil câmeras nas ruas, mas terminou eliminada.
Na ocasião, a companhia deveria demonstrar a sua capacidade técnica para operar o sistema. O relatório oficial, ao qual o Diario de Pernambuco teve acesso, apontou uma série de falhas, inclusive de conexão.
“Você sabe que problema de internet todo mundo tem, né?”, justificou o representante da L8 Group, ao ser questionado pelos técnicos presentes na avaliação, conforme o relatório. O argumento foi considerado “sem sentido” pela comissão julgadora.
Em nota, a companhia contesta sua eliminação nos editais de São Paulo e da Bahia. “Em ambos os casos, a L8 Group venceu os certames e apresentou as soluções mais vantajosas para a administração pública”, alega.
CAPACIDADE
No Rio de Janeiro, a empresa venceu licitação para instalar câmeras em viaturas e fardas de PMs e foi notificada pela corporação, em outubro de 2023 e em janeiro deste ano, por supostas irregularidades. Entre elas, estão atraso em entregas e ausência de especialistas para melhorar configurações de reconhecimento facial.
Apesar das contestações, a L8 diz que a “solução instalada é a mais avançada e segura do Brasil”. “Inclusive, vale manifestar que os contratos do Rio estão todos sendo renovados, o que atesta a capacidade da empresa na gestão de projetos deste porte”, defende.
Na licitação em Pernambuco, a L8 apresentou, ainda, atestado de capacidade técnica que é assinado por representante de outra empresa privada, a SegD’Boa, sobre prestação de serviço de videomonitoramento dentro da sede de uma companhia da Polícia Militar paulista, em Osasco, na Grande São Paulo. Um dos itens do edital, entretanto, prevê que “para efeito de qualificação e habilitação técnica da licitante não serão computados os atestados técnicos provenientes de subcontratações”.
“Em relação ao contrato com a SegD’Boa, a L8 informa que seu contrato não é com a PMESP [Polícia Militar do Estado de São Paulo], e sim com a SegD’Boa, e vocês estão convidados a conhecerem as instalações”, respondeu a empresa, ao ser questionada pela reportagem sobre o documento.
Já a SDS diz que “a validade de qualquer documento, incluindo atestados de capacidade técnica e possíveis subcontratações, será avaliada rigorosamente conforme o rito estabelecido, garantindo a transparência e a integridade do processo”.