Coren aponta problemas em hospital de Itamaracá Hospital Municipal Alzira Figueiredo é a única unidade pública da ilha, onde uma investigação do Conselho encontrou falhas estruturais e déficit de funcionários

Malu Mendes

Publicação: 14/11/2024 03:00

Investigação de denúncia feita ao Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) encontrou problemas estruturais graves, déficit de profissionais de enfermagem e o uso de medicamentos vencidos no Hospital Municipal Alzira Figueiredo, único hospital público da Ilha de Itamaracá, Região Metropolitana do Recife (RMR).

O Alzira Figueiredo, vinculado à Prefeitura Municipal da Ilha de Itamaracá, atende a mais de seis mil pacientes por mês. No entanto, a fiscalização do Coren-PE expôs ainda condições de descaso na infraestrutura, com mofo, sujeira e equipamentos sucateados. Segundo funcionários, a sala de raios-x, por exemplo, está inoperante há mais de 12 anos, mantendo equipamentos deteriorados no local.

A fiscalização do Conselho identificou, também, que o ambulatório do hospital não estava funcionando, os pacientes que passavam pela triagem eram medicados em cadeiras improvisadas nos corredores da unidade e encaminhados para hospitais no Recife.

Na sala vermelha, destinada a casos de urgência, foram encontrados insumos e medicamentos vencidos, como a atropina, que é usada em casos de parada cardiorrespiratória, e o gluconato de cálcio, utilizado para reversão de hipertensão em mulheres grávidas.

“Encontramos um cenário de abandono, principalmente na estrutura física. As condições precárias das salas de atendimento colocam em risco a vida dos profissionais e da população. Além disso, não há protocolo de atendimento estabelecido, ou seja, o passo a passo para saber a gravidade de saúde do paciente, o que impossibilita garantir uma assistência de qualidade”, afirmou a  Chefe do Departamento de Fiscalização do Coren-PE, Ivana Andrade.

Procurada pela reportagem do Diario, a Prefeitura da Ilha de Itamaracá informou que “em relação a escala dos enfermeiros a denuncia não procede” e disse ainda que “em relação aos outros fatos a Secretaria de Saúde vai averiguar para tomar as medidas cabíveis”.