Duas pessoas indiciadas pela morte de criança
Inquérito, concluído pela Polícia Civil, aponta que as pessoas teriam cometido homicídio culposo. Menino sofreu a descarga num armário, enquanto brincava
Malu Mendes
Publicação: 01/11/2024 03:00
Após vinte e nove dias de investigação sobre a morte de Thomas Felipe, 10, vítima de choque elétrico em uma praça na Zona Oeste do Recife, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu o inquérito e indiciou duas pessoas por homicídio culposo. Os indiciados foram o dono da empresa de instalação elétrica terceirizada pela gestão da Academia e o eletricista contratado pela empresa, que não realizou o procedimento de acordo com as normas técnicas necessárias.
“Houve um nexo causal, por isso indiciamos as duas pessoas por homicídio culposo, que é quando alguém morre como consequência de uma ação ou omissão desatenta, sem a intenção de matar”, disse o delegado João Gustavo Godoy. “O que a gente acredita que aconteceu, é que no dia, a criança teria subido no gradil de ferro e caído em cima do eletroduto. No momento da queda, por não estar posicionado como deveria estar, o eletroduto correu e o fio passou pela área que não estava fechada e eletrizou o armário todo”, declarou o delegado.
MÃE
Tássia Bandeira, mãe de Thomas, fez um apelo após a conclusão do inquérito da Polícia Civil, na manhã de ontem. “Eu sei que não foi intencional, mas a pessoa assumiu o risco. Como que faz um negócio daqueles? Se sabe que está errado, não faça. Ainda faço um apelo, tem corrente elétrica nos postes da praça, Prefeitura fiscalize! A fiscalização é alma de tudo”, desabafou Tássia, pedindo que o poder público reforce as inspeções em áreas públicas para prevenir tragédias semelhantes.
Além disso, Tássia pede que a Prefeitura realoque a academia de ginástica para um local mais seguro e substitua os brinquedos metálicos por opções de madeira, visando minimizar o risco de novos acidentes. “Eu sei que não posso tirar o direito das pessoas de ir e vir, mas, por favor, tire daquele local, em memória do meu filho, que morreu para salvar a vida de outras crianças. Eu sei que depois disso fiscalizações foram feitas em outras praças.”
O advogado da família, Clevison Bezerra, contestou o parecer da Justiça sobre o caso. Segundo ele, a instalação elétrica feita na praça não atendia às normas técnicas e foi realizada sem um projeto adequado. “Houve quatro vítimas: uma fatal e três com ferimentos leves. Isso não pode ser classificado como homicídio culposo. Essa instalação foi feita em lugar público, onde várias pessoas têm acesso, então era previsível que isso pudesse acontecer. Na minha visão, é um homicídio com dolo eventual, um crime em que o agente assume o risco de matar, mesmo sem intenção direta”, argumentou o advogado.
O CASO
Na noite do dia 2 de outubro, Thomas, de apenas 10 anos, brincava com amigos na Academia da Cidade, localizada na Praça Doutor Arnaldo Assunção, na Zona Oeste do Recife, quando sofreu uma descarga elétrica. Além dele, outras três crianças tiveram ferimentos leves. De acordo com a família, o garoto tocou em uma fiação clandestina que estava em um armário, provocando o acidente.
Durante a brincadeira, Thomas e os amigos encostaram no armário e foram eletrocutados. Enquanto os outros conseguiram escapar com ferimentos leves, Thomas ficou preso.
“Houve um nexo causal, por isso indiciamos as duas pessoas por homicídio culposo, que é quando alguém morre como consequência de uma ação ou omissão desatenta, sem a intenção de matar”, disse o delegado João Gustavo Godoy. “O que a gente acredita que aconteceu, é que no dia, a criança teria subido no gradil de ferro e caído em cima do eletroduto. No momento da queda, por não estar posicionado como deveria estar, o eletroduto correu e o fio passou pela área que não estava fechada e eletrizou o armário todo”, declarou o delegado.
MÃE
Tássia Bandeira, mãe de Thomas, fez um apelo após a conclusão do inquérito da Polícia Civil, na manhã de ontem. “Eu sei que não foi intencional, mas a pessoa assumiu o risco. Como que faz um negócio daqueles? Se sabe que está errado, não faça. Ainda faço um apelo, tem corrente elétrica nos postes da praça, Prefeitura fiscalize! A fiscalização é alma de tudo”, desabafou Tássia, pedindo que o poder público reforce as inspeções em áreas públicas para prevenir tragédias semelhantes.
Além disso, Tássia pede que a Prefeitura realoque a academia de ginástica para um local mais seguro e substitua os brinquedos metálicos por opções de madeira, visando minimizar o risco de novos acidentes. “Eu sei que não posso tirar o direito das pessoas de ir e vir, mas, por favor, tire daquele local, em memória do meu filho, que morreu para salvar a vida de outras crianças. Eu sei que depois disso fiscalizações foram feitas em outras praças.”
O advogado da família, Clevison Bezerra, contestou o parecer da Justiça sobre o caso. Segundo ele, a instalação elétrica feita na praça não atendia às normas técnicas e foi realizada sem um projeto adequado. “Houve quatro vítimas: uma fatal e três com ferimentos leves. Isso não pode ser classificado como homicídio culposo. Essa instalação foi feita em lugar público, onde várias pessoas têm acesso, então era previsível que isso pudesse acontecer. Na minha visão, é um homicídio com dolo eventual, um crime em que o agente assume o risco de matar, mesmo sem intenção direta”, argumentou o advogado.
O CASO
Na noite do dia 2 de outubro, Thomas, de apenas 10 anos, brincava com amigos na Academia da Cidade, localizada na Praça Doutor Arnaldo Assunção, na Zona Oeste do Recife, quando sofreu uma descarga elétrica. Além dele, outras três crianças tiveram ferimentos leves. De acordo com a família, o garoto tocou em uma fiação clandestina que estava em um armário, provocando o acidente.
Durante a brincadeira, Thomas e os amigos encostaram no armário e foram eletrocutados. Enquanto os outros conseguiram escapar com ferimentos leves, Thomas ficou preso.