Cinco PMs envolvidos com traficantes
De acordo com o Ministério Público de Pernambuco, os policiais "prestavam total apoio" a uma quadrilha que atua no Centro do Recife
Felipe Resk
Publicação: 28/12/2024 03:00
Cinco policiais militares foram denunciados por envolvimento na quadrilha dos traficantes Thiago e Bruno Teixeira de Oliveira, mais conhecidos como os “Gêmeos de Santo Amaro”. A organização atua no centro do Recife e também estaria ligada a homicídios na região.
Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), os PMs “prestavam total apoio à referida organização criminosa”. Os serviços incluem proteger os traficantes, informá-los sobre ações policiais, colocar viaturas à disposição dos criminosos e até deixar de fazer flagrantes nas áreas dominadas pelo bando. A denúncia foi oferecida no dia 19 de dezembro.
O grupo foi alvo da Operação Blindados, deflagrada pela Polícia Civil, em novembro. A descoberta da participação dos policiais aconteceu após a quebra do sigilo telefônicos dos “Gêmeos de Santo Amaro”, que foram presos anteriormente, em janeiro.
Uma dessas mensagens, atribuída ao PM Rayner Thainan Ferreira Santos, de 31 anos, mostra o agente acobertando os negócios dos traficantes, de acordo com a promotoria.
“Agora, a minha equipe é eu e o Galego, mas nem se preocupe, nada mudou. O Galego já está alinhado, já. A gente não mexe em nada lá, nem se aperreie”, diz um trecho da transcrição. “Agora, um negócio que eu ia falar contigo [é] para a turma dar uma diminuída na maconha, pô. Toda vez, a gente passa ali. Também é tirar a gente de otário, tá ligado?”, continua o policial.
De acordo com a investigação, “Galego” seria o apelido de Arthur Luiz Sampaio, de 33 anos, que também é PM e fazia dupla com Rayner nas ruas. Ambos foram denunciados pelo MPPE por crime de organização criminosa.
Já em outra mensagem, também atribuída a Rayner, o interlocutor pede para um dos “Gêmeos” lhe dar um quilo de maconha. Segundo a promotoria, o favor serviria para o agente cumprir a meta de produtividade no batalhão.
“Eu lembro que tu falou para mim que tem uns quilos mofado e pá. Eu queria que tu deixasse um quilo para mim dessa… Desse preto aí, que tu tem mofado, velho, que não serve mais para nada. Que é para eu apresentar, tá ligado? Para eu bater minha meta, entendeu?”.
Em interrogatório, Rayner afirmou que sempre trabalhou no 16° Batalhão da PMPE, mas negou participação na quadrilha e alegou que o telefone grampeado não era dele. Também afirmou que só conhecia o traficante por “já tê-lo abordado, quando de serviço”.
Outros denunciados
Ainda de acordo com o MPPE, o único policial que atuaria diretamente no tráfico de drogas era Ivison Francisco Alves Júnior, de 42 anos. A ele, é atribuída uma mensagem em que o interlocutor propõe uma parceria para “venderem cocaína e ficarem ricos”. O PM está preso por ter sido flagrado escoltando uma carga roubada.
Também foram denunciados os policiais militares José Tarcísio de Carvalho Pereira, de 42 anos, e Valter Mendonça de Azevedo, de 49, que é acusado de repassar informações privilegiadas e ajudar os traficantes na compra de munições e acessórios de armas de fogo.
Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), os PMs “prestavam total apoio à referida organização criminosa”. Os serviços incluem proteger os traficantes, informá-los sobre ações policiais, colocar viaturas à disposição dos criminosos e até deixar de fazer flagrantes nas áreas dominadas pelo bando. A denúncia foi oferecida no dia 19 de dezembro.
O grupo foi alvo da Operação Blindados, deflagrada pela Polícia Civil, em novembro. A descoberta da participação dos policiais aconteceu após a quebra do sigilo telefônicos dos “Gêmeos de Santo Amaro”, que foram presos anteriormente, em janeiro.
Uma dessas mensagens, atribuída ao PM Rayner Thainan Ferreira Santos, de 31 anos, mostra o agente acobertando os negócios dos traficantes, de acordo com a promotoria.
“Agora, a minha equipe é eu e o Galego, mas nem se preocupe, nada mudou. O Galego já está alinhado, já. A gente não mexe em nada lá, nem se aperreie”, diz um trecho da transcrição. “Agora, um negócio que eu ia falar contigo [é] para a turma dar uma diminuída na maconha, pô. Toda vez, a gente passa ali. Também é tirar a gente de otário, tá ligado?”, continua o policial.
De acordo com a investigação, “Galego” seria o apelido de Arthur Luiz Sampaio, de 33 anos, que também é PM e fazia dupla com Rayner nas ruas. Ambos foram denunciados pelo MPPE por crime de organização criminosa.
Já em outra mensagem, também atribuída a Rayner, o interlocutor pede para um dos “Gêmeos” lhe dar um quilo de maconha. Segundo a promotoria, o favor serviria para o agente cumprir a meta de produtividade no batalhão.
“Eu lembro que tu falou para mim que tem uns quilos mofado e pá. Eu queria que tu deixasse um quilo para mim dessa… Desse preto aí, que tu tem mofado, velho, que não serve mais para nada. Que é para eu apresentar, tá ligado? Para eu bater minha meta, entendeu?”.
Em interrogatório, Rayner afirmou que sempre trabalhou no 16° Batalhão da PMPE, mas negou participação na quadrilha e alegou que o telefone grampeado não era dele. Também afirmou que só conhecia o traficante por “já tê-lo abordado, quando de serviço”.
Outros denunciados
Ainda de acordo com o MPPE, o único policial que atuaria diretamente no tráfico de drogas era Ivison Francisco Alves Júnior, de 42 anos. A ele, é atribuída uma mensagem em que o interlocutor propõe uma parceria para “venderem cocaína e ficarem ricos”. O PM está preso por ter sido flagrado escoltando uma carga roubada.
Também foram denunciados os policiais militares José Tarcísio de Carvalho Pereira, de 42 anos, e Valter Mendonça de Azevedo, de 49, que é acusado de repassar informações privilegiadas e ajudar os traficantes na compra de munições e acessórios de armas de fogo.