Clínica da FOR atende pacientes com TEA
A Faculdade de Odontologia do Recife promove uma educação baseada no tratamento humanizado, dedicado aos pacientes com autismo
ESTÚDIO DP
Conteúdo Publieditorial
Publicação: 29/01/2025 03:00
A Faculdade de Odontologia do Recife (FOR) é a única do Nordeste dedicada exclusivamente à Odontologia e dirigida por dentistas. Por isso, o especialista, mestre e doutor em endodontia, Luciano Barreto da Silva, percebeu que a instituição estava aberta a ideias consideradas “fora da caixa”. Assim, nasceu a Clínica do Autismo.
Pai de um adolescente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Luciano Barreto foi contratado inicialmente para lecionar em sua área de especialização. Porém, com a liberdade oferecida, o ortodontista sentiu a necessidade de uma clínica de ortodontia especializada para o tratamento de pacientes autistas.
Segundo ele, existem algumas ações que podem ser realizadas para diminuir o desconforto das crianças e adultos no consultório, como a luz amarelada, já que a luz branca provoca muitos estímulos. “Pouco barulho é essencial, pois muitos deles são sensíveis a barulhos. O ambiente tem de ser controlado, pois algumas crises de pânico podem ser desencadeadas ainda na sala de espera”, explica.
Na clínica, metade das paredes possuem proteção de emborrachados, caso algum dos pacientes batam a cabeça contra a parede devido a superestimulação. Os atendentes também criaram condições para que eles ocupem a mente com atividades lúdicas pré-atendimento.
As diferenças não estão apenas no ambiente. Na nova clínica, os estudantes de Odontologia da FOR passam por um processo de formação onde aprendem a lidar com as demandas específicas das pessoas com TEA.
“As pessoas com autismo têm uma necessidade especial de atendimento por vários motivos: necessitam ter muita confiança no profissional por serem aversos a contatos físicos. A boca é um dos lugares mais sensíveis do corpo. Eles precisam também ter a previsibilidade do que vai acontecer durante o tratamento. E, como todo ser humano, têm medo. Só que o medo neles se expressa através de crises de pânico, que podem atrapalhar muito o tratamento. Os estudantes precisam estar cientes dessas nuances”, explica Barreto.
A estudante do oitavo período da FOR, Alice Negromonte foi convidada pelo professor para atender crianças autistas na Clínica de Odontopediatria da faculdade. A atividade, de acordo com Barreto, fazia parte da primeira etapa para a implantação da Clínica do Autismo da FOR.
Às vésperas de iniciar o último ano do curso, aos 21 anos de idade, Alice garante se sentir “muito capacitada para atender pacientes autistas, pois aprendi a dar o melhor para ser mais empática e estar aberta a entender as necessidades deles. Agora, sempre que posso dar uma dica a quem está começando ou quer fazer Odontologia, digo que é importante estudar muito sobre essa área porque é um campo de conhecimento que está crescendo muito. Acho que a experiência na Clínica do Autismo pode ser o diferencial como profissional”.
O aumento de diagnósticos de autismo pelo mundo dá razão a Alice. Uma pesquisa publicada em 2023 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revela que uma a cada 36 crianças americanas com menos de oito anos têm autismo. E a tendência é de crescimento, pois no levantamento anterior do CDC, feito em 2021, a taxa estava em um caso a cada 44 meninos e meninas. Para se ter uma ideia, no ano 2000, a prevalência era de um caso em 150.
No Brasil, o estudo “Retratos do Autismo no Brasil em 2023”, realizado em setembro de 2023, estimou 6 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no país. O estudo se baseou nos parâmetros da pesquisa do CDC.
Colega de Alice Negromonte, a estudante Mariana Borges, de 21 anos, resumiu assim sua experiência na etapa de implantação da clínica: “Sem dúvidas é muito importante aprender a conduzir um atendimento com pacientes autistas. É preciso estar preparado para lidar da melhor forma com esse tipo de paciente, promovendo a consulta humanizada e respeitando sempre os limites impostos por essas pessoas. O fato de ter a oportunidade de lidar ainda na graduação com as particularidades desses pacientes é um grande diferencial para a nossa formação como cirurgiões-dentistas”.
Pai de um adolescente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Luciano Barreto foi contratado inicialmente para lecionar em sua área de especialização. Porém, com a liberdade oferecida, o ortodontista sentiu a necessidade de uma clínica de ortodontia especializada para o tratamento de pacientes autistas.
Segundo ele, existem algumas ações que podem ser realizadas para diminuir o desconforto das crianças e adultos no consultório, como a luz amarelada, já que a luz branca provoca muitos estímulos. “Pouco barulho é essencial, pois muitos deles são sensíveis a barulhos. O ambiente tem de ser controlado, pois algumas crises de pânico podem ser desencadeadas ainda na sala de espera”, explica.
Na clínica, metade das paredes possuem proteção de emborrachados, caso algum dos pacientes batam a cabeça contra a parede devido a superestimulação. Os atendentes também criaram condições para que eles ocupem a mente com atividades lúdicas pré-atendimento.
As diferenças não estão apenas no ambiente. Na nova clínica, os estudantes de Odontologia da FOR passam por um processo de formação onde aprendem a lidar com as demandas específicas das pessoas com TEA.
“As pessoas com autismo têm uma necessidade especial de atendimento por vários motivos: necessitam ter muita confiança no profissional por serem aversos a contatos físicos. A boca é um dos lugares mais sensíveis do corpo. Eles precisam também ter a previsibilidade do que vai acontecer durante o tratamento. E, como todo ser humano, têm medo. Só que o medo neles se expressa através de crises de pânico, que podem atrapalhar muito o tratamento. Os estudantes precisam estar cientes dessas nuances”, explica Barreto.
A estudante do oitavo período da FOR, Alice Negromonte foi convidada pelo professor para atender crianças autistas na Clínica de Odontopediatria da faculdade. A atividade, de acordo com Barreto, fazia parte da primeira etapa para a implantação da Clínica do Autismo da FOR.
Às vésperas de iniciar o último ano do curso, aos 21 anos de idade, Alice garante se sentir “muito capacitada para atender pacientes autistas, pois aprendi a dar o melhor para ser mais empática e estar aberta a entender as necessidades deles. Agora, sempre que posso dar uma dica a quem está começando ou quer fazer Odontologia, digo que é importante estudar muito sobre essa área porque é um campo de conhecimento que está crescendo muito. Acho que a experiência na Clínica do Autismo pode ser o diferencial como profissional”.
O aumento de diagnósticos de autismo pelo mundo dá razão a Alice. Uma pesquisa publicada em 2023 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos revela que uma a cada 36 crianças americanas com menos de oito anos têm autismo. E a tendência é de crescimento, pois no levantamento anterior do CDC, feito em 2021, a taxa estava em um caso a cada 44 meninos e meninas. Para se ter uma ideia, no ano 2000, a prevalência era de um caso em 150.
No Brasil, o estudo “Retratos do Autismo no Brasil em 2023”, realizado em setembro de 2023, estimou 6 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no país. O estudo se baseou nos parâmetros da pesquisa do CDC.
Colega de Alice Negromonte, a estudante Mariana Borges, de 21 anos, resumiu assim sua experiência na etapa de implantação da clínica: “Sem dúvidas é muito importante aprender a conduzir um atendimento com pacientes autistas. É preciso estar preparado para lidar da melhor forma com esse tipo de paciente, promovendo a consulta humanizada e respeitando sempre os limites impostos por essas pessoas. O fato de ter a oportunidade de lidar ainda na graduação com as particularidades desses pacientes é um grande diferencial para a nossa formação como cirurgiões-dentistas”.