História das pontes que moldam o Recife
Reportagem revisita histórias por trás dessas estruturas que não apenas ligam margens, mas também tempos, memórias e a cultura da capital
Adelmo Lucena
Publicação: 02/01/2025 03:00
Na primeira matéria desta série, foi abordado como as pontes do Recife desempenham um papel crucial para a mobilidade urbana, conectando as ilhas da cidade e sustentando o fluxo diário de pessoas e veículos. Agora, na segunda etapa, o olhar será voltado para além do tráfego e das demandas contemporâneas e serão revisitadas as histórias por trás dessas estruturas, que não apenas ligam margens, mas também tempos, memórias e culturas. Na próxima reportagem, será mostrado como as pontes contribuem para o turismo e dia a dia das pessoas.
Ao longo deste texto, será possível entender como as principais pontes do Recife, como a Ponte Maurício de Nassau, a Ponte Duarte Coelho e a Ponte Princesa Isabel, carregam em seus pilares traços da formação histórica, econômica e social da capital pernambucana. Cada uma delas, mais do que um simples caminho, é um testemunho do passado que construiu o presente da “Veneza Brasileira”.
“As pontes do Recife foram fundamentais para que a cidade pudesse se desenvolver. Situada em um terreno cortado pelos braços do Rio Capibaribe, principalmente em sua zona central, o Recife depende totalmente dessas ‘ruas sobre as águas’, como as chamava o falecido arquiteto José Luiz Mota Menezes. As pontes do Recife estão totalmente integradas na paisagem urbana e nas memórias afetivas dos habitantes da capital pernambucana. Elas homenageiam personagens e fatos históricos e têm muita história para contar”, afirma o professor de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro do Instituto Arqueológico, George Cabral.
Como citado na primeira matéria desta série, as pontes são como artérias para o Recife, uma vez que ligam as ilhas da cidade e auxiliaram no desenvolvimento econômico e estrutural da capital. Essas estruturas surgiram no Recife antes mesmo da chegada dos holandeses em Pernambuco, responsáveis por difundir as pontes na cidade, que já contava com estruturas de madeira que ligavam diversos canais.
Com o passar do tempo e ocupação dos holandeses, a “Veneza Brasileira” ganhou grandes pontes formadas por ferro e concreto, além de passar por um processo de aterramento. A grande primeira ponte que o Recife recebeu foi a atual Ponte Maurício de Nassau, que também é considerada a mais antiga da América Latina. Esta estrutura permitia uma conexão entre a vila portuária no istmo do Recife à ilha de Antonio Vaz, chamada na época de Cidade Maurícia (Mauritsstad).
Maurício de Nassau
A Ponte Maurício de Nassau, que hoje liga os bairros do Recife e Santo Antônio, começou a ser construída em 1642, após o Conde de Nassau perceber que a ilha já estava superlotada e que os terrenos da localidade estavam perdendo valor. Além disso, a ilha do Bairro do Recife sofria com o abastecimento de água na época e o transporte fluvial era lento, o que atrapalhava o desenvolvimento e condições dos moradores.
A ponte começou a ser levantada por 50 escravos e operários especializados na área, mas, como explica o historiador George Cabral “ao chegar no meio do leito do rio, o construtor não deu continuidade ao serviço por razões não completamente esclarecidas (fala-se em esgotamento dos recursos mas também em dificuldades técnicas). As obras atrasaram e custaram mais do que o previsto. Nassau empenhou-se pessoalmente na conclusão da obra, que foi complementada com pilares de madeira”.
Quando inaugurada, a Ponte Maurício de Nassau tinha quase o dobro do comprimento atual , do cruzamento da avenida Marquês de Olinda com a rua Madre de Deus e ia até o cruzamento das ruas Primeiro de Março com a Imperador D. Pedro II.
George Cabral explica que uma segunda ponte foi construída na década de 1730, aproveitando os pilares de pedra da primeira. Esta contava com 60 pequenas lojas (as casinhas da ponte) ao longo de sua extensão, divididas pelos dois lados. Uma terceira ponte foi construída em 1865 em ferro.
Já a atual ponte em concreto armado foi inaugurada pelo governador Manoel Borba em 1917. Nas suas cabeceiras estão quatro figuras em ferro fundido feitas em Paris representando a Agricultura, o Comércio, a Justiça e a Sabedoria.
Ponte Duarte Coelho
A ponte Duarte Coelho faz a ligação entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Avenida Guararapes. Ela foi construída em 1868 e era composta somente por ferro, servindo de suporte ao transporte ferroviário de trens urbanos. O historiador George Cabral explica que a estrutura era utilizada para passagem das maxambombas, veículos sobre trilhos movidos a vapor que integravam o pioneiro serviço de transporte urbano ferroviário do Recife. Era por isso chamada de “Ponte da Maxambomba” “A ponte tinha uma curiosidade: era curva, uma vez que sua cabeceira na banda de Santo Antônio estava nas proximidades do Liceu de Artes e Ofícios. Essa ponte original era de ferro e se encontrava em péssimo estado de conservação nos anos 1910”, comenta George Cabral.
Ponte Princesa Isabel
Assim como a Ponte Duarte Coelho, a Ponte Princesa Isabel era feita de ferro e foi construída em 1864. Ela abrigava tubulações que levavam as águas encanadas pela Companhia do Beberibe para os bairros de Santo Antônio e do Recife, cruzando outra ponte de ferro que existiu no local onde hoje está a ponte Buarque de Macedo. A ponte passou por reformas ao longo dos anos e na década de 1940 uma nova estrutura de concreto armado foi construída. Além de ser utilizada por veículos, foi usada como passarela para o desfile de agremiações e corsos carnavalescos. “Também foi testemunha de momentos importantes da história política, uma vez que é a conexão mais rápida entre a Assembleia Legislativa e o Palácio do Campo das Princesas, sede do executivo estadual”, pontua George Cabral. O historiador explica, ainda, que “as primeiras referências a esta ponte com o nome de Princesa Isabel aparecem nos jornais pernambucanos a partir de 1930. Antes a ponte era chamada de Santa Isabel. A Princesa Isabel era a filha mais velha do imperador Pedro II e teria sucedido o trono brasileiro não fosse a Proclamação da República em 1889”. Segundo ele, a historiografia oficial brasileira deu a Princesa Isabel o epíteto de “a Redentora” por ela ter assinado em 13 de maio de 1888 a Lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil.
Ponte Giratória
Oficialmente nomeada como Ponte 12 de Setembro, a Ponte Giratória liga os bairros de São José e do Recife, cortados pela foz do Rio Capibaribe. Foi construída em 1920 e inaugurada em 5 de dezembro de 1923 e tinha a capacidade de girar para permitir que embarcações passassem pelo rio. Era uma estrutura rodo-ferroviária e era composta por três lances, sendo um giratório que se locomovia, tornando possível a passagem de barcos veleiros que tinham como partida ou destino os cais fluviais da capital, como o Cais da Alfândega. “Ela foi instalada após a reforma do porto do Recife exigir a conexão entre o Bairro do Recife e o Bairro de São José”, explica George Cabral. O historiador destaca que “o mecanismo de giro parou de funcionar por falta de uso, quando o acesso das embarcações deixou de ser necessário. A estrutura de ferro foi substituída por uma ponte de concreto armado, também rodo-ferroviária, que foi solenemente inaugurada em 10 de março de 1971”. Atualmente, a Ponte Giratória passa por reformas em sua estrutura e tem entrega estimada para 2026.
Ponte da Torre
A Ponte da Torre foi palco de uma das histórias mais emblemáticas do Recife. A estrutura iria passar por uma reconstrução pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), que visava elevar a ponte. Para isso, seria necessário fazer a demolição dela. A empresa encarregada trouxe um renomado engenheiro japonês, especialista no assunto, que já havia realizado implosões de grandes edifícios em São Paulo. O ato foi amplamente divulgado e atraiu os moradores do Recife, que queriam ver de perto os explosivos em ação. Em janeiro de 1978, centenas de pessoas se reuniram para ver a explosão. O barulho foi alto, mas após a poeira abaixar, viu-se que a ponte não havia caído. Enquanto isso, vaias foram ouvidas como forma de reprovação pelo trabalho do engenheiro. Houve uma segunda tentativa de demolir a ponte da mesma maneira, mas sem sucesso. A ponte continuou no mesmo lugar e é utilizada até hoje por pedestres e automóveis. Em 2019 passou por uma reforma de responsabilidade da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Os serviços contemplaram a recuperação dos tubulões, das travessas, transversinas e do tabuleiro, a substituição dos apoios, e a pintura de proteção em todo serviço realizado.
Buarque de Macedo
A Ponte Buarque de Macedo atravessa o Rio Capibaribe, ligando os bairros do Recife e Santo Antônio. Com uma extensão de 288,30 metros, é a ponte mais longa entre as situadas no centro do Recife. Originalmente, em 1845, foi construída uma ponte de madeira conhecida como “Ponte Provisória”. Por determinação de Buarque de Macedo, então ministro dos transportes, e sob a supervisão do engenheiro Alfredo Lisboa, a construção da ponte definitiva foi iniciada em 1882 e recebeu o nome do ministro. A inauguração oficial ocorreu em 20 de outubro de 1890. Ela foi reconstruída em 1922, no governo de José Rufino Bezerra Cavalcanti e reinaugurada em 1923, na administração do governo sucessor Sergio Loreto. Em 2023 a ponte passou a ter mão dupla e teve o tráfego invertido.
Ao longo deste texto, será possível entender como as principais pontes do Recife, como a Ponte Maurício de Nassau, a Ponte Duarte Coelho e a Ponte Princesa Isabel, carregam em seus pilares traços da formação histórica, econômica e social da capital pernambucana. Cada uma delas, mais do que um simples caminho, é um testemunho do passado que construiu o presente da “Veneza Brasileira”.
“As pontes do Recife foram fundamentais para que a cidade pudesse se desenvolver. Situada em um terreno cortado pelos braços do Rio Capibaribe, principalmente em sua zona central, o Recife depende totalmente dessas ‘ruas sobre as águas’, como as chamava o falecido arquiteto José Luiz Mota Menezes. As pontes do Recife estão totalmente integradas na paisagem urbana e nas memórias afetivas dos habitantes da capital pernambucana. Elas homenageiam personagens e fatos históricos e têm muita história para contar”, afirma o professor de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro do Instituto Arqueológico, George Cabral.
Como citado na primeira matéria desta série, as pontes são como artérias para o Recife, uma vez que ligam as ilhas da cidade e auxiliaram no desenvolvimento econômico e estrutural da capital. Essas estruturas surgiram no Recife antes mesmo da chegada dos holandeses em Pernambuco, responsáveis por difundir as pontes na cidade, que já contava com estruturas de madeira que ligavam diversos canais.
Com o passar do tempo e ocupação dos holandeses, a “Veneza Brasileira” ganhou grandes pontes formadas por ferro e concreto, além de passar por um processo de aterramento. A grande primeira ponte que o Recife recebeu foi a atual Ponte Maurício de Nassau, que também é considerada a mais antiga da América Latina. Esta estrutura permitia uma conexão entre a vila portuária no istmo do Recife à ilha de Antonio Vaz, chamada na época de Cidade Maurícia (Mauritsstad).
Ponte Maurício de Nassau foi criada para suprir o abastecimento do Bairro do Recife |
Maurício de Nassau
A Ponte Maurício de Nassau, que hoje liga os bairros do Recife e Santo Antônio, começou a ser construída em 1642, após o Conde de Nassau perceber que a ilha já estava superlotada e que os terrenos da localidade estavam perdendo valor. Além disso, a ilha do Bairro do Recife sofria com o abastecimento de água na época e o transporte fluvial era lento, o que atrapalhava o desenvolvimento e condições dos moradores.
A ponte começou a ser levantada por 50 escravos e operários especializados na área, mas, como explica o historiador George Cabral “ao chegar no meio do leito do rio, o construtor não deu continuidade ao serviço por razões não completamente esclarecidas (fala-se em esgotamento dos recursos mas também em dificuldades técnicas). As obras atrasaram e custaram mais do que o previsto. Nassau empenhou-se pessoalmente na conclusão da obra, que foi complementada com pilares de madeira”.
Quando inaugurada, a Ponte Maurício de Nassau tinha quase o dobro do comprimento atual , do cruzamento da avenida Marquês de Olinda com a rua Madre de Deus e ia até o cruzamento das ruas Primeiro de Março com a Imperador D. Pedro II.
George Cabral explica que uma segunda ponte foi construída na década de 1730, aproveitando os pilares de pedra da primeira. Esta contava com 60 pequenas lojas (as casinhas da ponte) ao longo de sua extensão, divididas pelos dois lados. Uma terceira ponte foi construída em 1865 em ferro.
Já a atual ponte em concreto armado foi inaugurada pelo governador Manoel Borba em 1917. Nas suas cabeceiras estão quatro figuras em ferro fundido feitas em Paris representando a Agricultura, o Comércio, a Justiça e a Sabedoria.
Ponte Duarte Coelho foi construída em 1868 para dar suporte ao transporte ferroviário |
Ponte Duarte Coelho
A ponte Duarte Coelho faz a ligação entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Avenida Guararapes. Ela foi construída em 1868 e era composta somente por ferro, servindo de suporte ao transporte ferroviário de trens urbanos. O historiador George Cabral explica que a estrutura era utilizada para passagem das maxambombas, veículos sobre trilhos movidos a vapor que integravam o pioneiro serviço de transporte urbano ferroviário do Recife. Era por isso chamada de “Ponte da Maxambomba” “A ponte tinha uma curiosidade: era curva, uma vez que sua cabeceira na banda de Santo Antônio estava nas proximidades do Liceu de Artes e Ofícios. Essa ponte original era de ferro e se encontrava em péssimo estado de conservação nos anos 1910”, comenta George Cabral.
Ponte Princesa Isabel já foi palco para desfile dos corsos |
Assim como a Ponte Duarte Coelho, a Ponte Princesa Isabel era feita de ferro e foi construída em 1864. Ela abrigava tubulações que levavam as águas encanadas pela Companhia do Beberibe para os bairros de Santo Antônio e do Recife, cruzando outra ponte de ferro que existiu no local onde hoje está a ponte Buarque de Macedo. A ponte passou por reformas ao longo dos anos e na década de 1940 uma nova estrutura de concreto armado foi construída. Além de ser utilizada por veículos, foi usada como passarela para o desfile de agremiações e corsos carnavalescos. “Também foi testemunha de momentos importantes da história política, uma vez que é a conexão mais rápida entre a Assembleia Legislativa e o Palácio do Campo das Princesas, sede do executivo estadual”, pontua George Cabral. O historiador explica, ainda, que “as primeiras referências a esta ponte com o nome de Princesa Isabel aparecem nos jornais pernambucanos a partir de 1930. Antes a ponte era chamada de Santa Isabel. A Princesa Isabel era a filha mais velha do imperador Pedro II e teria sucedido o trono brasileiro não fosse a Proclamação da República em 1889”. Segundo ele, a historiografia oficial brasileira deu a Princesa Isabel o epíteto de “a Redentora” por ela ter assinado em 13 de maio de 1888 a Lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil.
Ponte Giratória deixou de girar por falta de uso e mudou de formato em março de 1971 |
Ponte Giratória
Oficialmente nomeada como Ponte 12 de Setembro, a Ponte Giratória liga os bairros de São José e do Recife, cortados pela foz do Rio Capibaribe. Foi construída em 1920 e inaugurada em 5 de dezembro de 1923 e tinha a capacidade de girar para permitir que embarcações passassem pelo rio. Era uma estrutura rodo-ferroviária e era composta por três lances, sendo um giratório que se locomovia, tornando possível a passagem de barcos veleiros que tinham como partida ou destino os cais fluviais da capital, como o Cais da Alfândega. “Ela foi instalada após a reforma do porto do Recife exigir a conexão entre o Bairro do Recife e o Bairro de São José”, explica George Cabral. O historiador destaca que “o mecanismo de giro parou de funcionar por falta de uso, quando o acesso das embarcações deixou de ser necessário. A estrutura de ferro foi substituída por uma ponte de concreto armado, também rodo-ferroviária, que foi solenemente inaugurada em 10 de março de 1971”. Atualmente, a Ponte Giratória passa por reformas em sua estrutura e tem entrega estimada para 2026.
Ponte da Torre "sobreviveu" a duas tentativas de demolição |
A Ponte da Torre foi palco de uma das histórias mais emblemáticas do Recife. A estrutura iria passar por uma reconstrução pelo Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), que visava elevar a ponte. Para isso, seria necessário fazer a demolição dela. A empresa encarregada trouxe um renomado engenheiro japonês, especialista no assunto, que já havia realizado implosões de grandes edifícios em São Paulo. O ato foi amplamente divulgado e atraiu os moradores do Recife, que queriam ver de perto os explosivos em ação. Em janeiro de 1978, centenas de pessoas se reuniram para ver a explosão. O barulho foi alto, mas após a poeira abaixar, viu-se que a ponte não havia caído. Enquanto isso, vaias foram ouvidas como forma de reprovação pelo trabalho do engenheiro. Houve uma segunda tentativa de demolir a ponte da mesma maneira, mas sem sucesso. A ponte continuou no mesmo lugar e é utilizada até hoje por pedestres e automóveis. Em 2019 passou por uma reforma de responsabilidade da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Os serviços contemplaram a recuperação dos tubulões, das travessas, transversinas e do tabuleiro, a substituição dos apoios, e a pintura de proteção em todo serviço realizado.
A Ponte Buarque de Macedo passou por mudanças no sentido do tráfego em 2023 |
Buarque de Macedo
A Ponte Buarque de Macedo atravessa o Rio Capibaribe, ligando os bairros do Recife e Santo Antônio. Com uma extensão de 288,30 metros, é a ponte mais longa entre as situadas no centro do Recife. Originalmente, em 1845, foi construída uma ponte de madeira conhecida como “Ponte Provisória”. Por determinação de Buarque de Macedo, então ministro dos transportes, e sob a supervisão do engenheiro Alfredo Lisboa, a construção da ponte definitiva foi iniciada em 1882 e recebeu o nome do ministro. A inauguração oficial ocorreu em 20 de outubro de 1890. Ela foi reconstruída em 1922, no governo de José Rufino Bezerra Cavalcanti e reinaugurada em 1923, na administração do governo sucessor Sergio Loreto. Em 2023 a ponte passou a ter mão dupla e teve o tráfego invertido.