Raiva: família de vítima vê negligência
Segundo uma sobrinha de Ivonete Maria da Silva, de 56 anos, a paciente não foi orientada sobre a gravidade da mordida de um sagui
Mareu Araújo
Publicação: 11/01/2025 03:00
A família de Ivonete Maria da Silva, de 56 anos, que contraiu raiva humana ao ser mordida por um sagui, acredita que ela foi vítima de negligência médica no município e avalia acionar a Justiça. “A família está pensando em processar por negligência médica. Era para ela ter sido bem tratada e encaminhada para algum lugar que tivesse o tratamento e não terem deixado voltar para casa”, disse a sobrinha da vítima, Maria Aparecida Santos. Até o fechamento desta edição, Ivonete seguia em estado muito grave no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no bairro de Santo Amaro, no Recife.
Para ela, a situação aconteceu porque “médicos de cidades do interior acham que podem fazer o que quiserem”. “Eles não deram a assistência que ela deveria ter”, disse.
O Diario de Pernambuco procurou a Prefeitura de Santa Maria do Cambucá. O atual diretor do Hospital Municipal Santina Falcão, Rafael Oliveira, disse que a cidade possui estoque de vacina antirrábica. Porém, o soro que é usado em casos de acidentes com animais infectados só está disponível em polos regionais de saúde: o mais próximo, no caso, em Caruaru, no Hospital Mestre Vitalino.
O médico afirmou que por ter assumido em 2025 não possui detalhes do que, de fato, aconteceu quando Ivonete procurou ajuda. “Hoje, nenhum dos profissionais que atenderam naquele momento fazem parte do quadro, desde coordenadores a profissionais de assistência direta”, contou.
Por conta disso, segundo o diretor, a Secretaria Estadual de Saúde foi à cidade com uma equipe multidisciplinar e recolheu os prontuários de atendimento de Ivonete. “Eles conversaram com a equipe atual e com a família da paciente, só não com o pessoal que trabalhava aqui antes”.
PROTEGEU O NETO
No final de novembro de 2024, Ivonete chegava em sua casa, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, acompanhada do neto, de três anos, quando apareceu o sagui. O animal, então, avançou na direção do menino. A avó entrou na frente e foi mordida.
Dona Ivonete avisou ao filho, Rafael, que havia sido atacada e, imediatamente, foi levada para o Hospital Santina Falcão, no Centro da cidade. Lá, segundo a família, uma médica a atendeu e disse que não havia vacina, pediu que ela voltasse no dia seguinte e não explicou a gravidade da mordida de um animal silvestre ou contou o que ela deveria fazer para se cuidar.
Na saída do hospital, o filho de Ivonete teria ouvido alguém da equipe médica dizer: “Só falta chegar alguém com mordida de sapo”. Ao saber, a mulher se ressentiu e se recusou a voltar.
Em dezembro, ela começou a sentir insônia, febre e uma dor tão forte no braço que pensou ser um princípio de infarto. Foi aí que retornou ao Hospital Santina Falcão. Conforme os parentes, o médico fez um eletrocardiograma, avaliou que estava tudo bem e a liberou.
Os sinais da raiva se intensificaram, e Ivonete retornou ao hospital no dia 31 de dezembro. Nesse momento, de acordo com a família, o médico percebeu que ela realmente estava com algo grave. “Não pensaram duas vezes e a encaminharam direto para o Oswaldo Cruz, no Recife”, relatou a sobrinha.
Para ela, a situação aconteceu porque “médicos de cidades do interior acham que podem fazer o que quiserem”. “Eles não deram a assistência que ela deveria ter”, disse.
O Diario de Pernambuco procurou a Prefeitura de Santa Maria do Cambucá. O atual diretor do Hospital Municipal Santina Falcão, Rafael Oliveira, disse que a cidade possui estoque de vacina antirrábica. Porém, o soro que é usado em casos de acidentes com animais infectados só está disponível em polos regionais de saúde: o mais próximo, no caso, em Caruaru, no Hospital Mestre Vitalino.
O médico afirmou que por ter assumido em 2025 não possui detalhes do que, de fato, aconteceu quando Ivonete procurou ajuda. “Hoje, nenhum dos profissionais que atenderam naquele momento fazem parte do quadro, desde coordenadores a profissionais de assistência direta”, contou.
Por conta disso, segundo o diretor, a Secretaria Estadual de Saúde foi à cidade com uma equipe multidisciplinar e recolheu os prontuários de atendimento de Ivonete. “Eles conversaram com a equipe atual e com a família da paciente, só não com o pessoal que trabalhava aqui antes”.
PROTEGEU O NETO
No final de novembro de 2024, Ivonete chegava em sua casa, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, acompanhada do neto, de três anos, quando apareceu o sagui. O animal, então, avançou na direção do menino. A avó entrou na frente e foi mordida.
Dona Ivonete avisou ao filho, Rafael, que havia sido atacada e, imediatamente, foi levada para o Hospital Santina Falcão, no Centro da cidade. Lá, segundo a família, uma médica a atendeu e disse que não havia vacina, pediu que ela voltasse no dia seguinte e não explicou a gravidade da mordida de um animal silvestre ou contou o que ela deveria fazer para se cuidar.
Na saída do hospital, o filho de Ivonete teria ouvido alguém da equipe médica dizer: “Só falta chegar alguém com mordida de sapo”. Ao saber, a mulher se ressentiu e se recusou a voltar.
Em dezembro, ela começou a sentir insônia, febre e uma dor tão forte no braço que pensou ser um princípio de infarto. Foi aí que retornou ao Hospital Santina Falcão. Conforme os parentes, o médico fez um eletrocardiograma, avaliou que estava tudo bem e a liberou.
Os sinais da raiva se intensificaram, e Ivonete retornou ao hospital no dia 31 de dezembro. Nesse momento, de acordo com a família, o médico percebeu que ela realmente estava com algo grave. “Não pensaram duas vezes e a encaminharam direto para o Oswaldo Cruz, no Recife”, relatou a sobrinha.
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