Obras de habitacional começarão em abril
Previsto há mais de 10 anos para a comunidade de Caranguejo Tabaiares, o projeto prevê a construção de 280 unidades habitacionais para os moradores
ADELMO LUCENA
Publicação: 14/03/2025 03:00
![]() | |
Comunidade localizada na Ilha do Retiro tem se mobilizado em torno do projeto |
Aguardado há mais de 10 anos, o conjunto habitacional da comunidade Caranguejo Tabaiares, localizada na Ilha do Retiro, terá suas obras iniciadas até o próximo dia 10 de abril. Essa é a estimativa da Prefeavitura do Recife, segundo informou ontem o secretário de Habitação do Recife, Felipe Cury.
O anúncio da construção de 280 unidades habitacionais na comunidade foi feito pela gestão municipal no final de 2024, após o Ministério das Cidades aprovar a relação dos projetos aprovados no edital do programa Minha Casa, Minha Vida FAR, voltado para famílias com renda de até dois salários mínimos.
De acordo com o secretário, a área vai passar por um processo de urbanização social e as famílias que serão abrangidas ainda estão no processo de seleção. Ao todo, 1.400 pessoas serão atendidas.
“A gente vai fazer um projeto que eu chamo de urbanização social. Tínhamos um projeto antigo, do Parque de Drenagem do Capibaribe, que previa algumas intervenções no território. E temos um recurso financeiro, inclusive em parceria com a Presidência da República, para fazer um projeto de urbanização”, explica o secretário.
RECURSOS
Para tirar o habitacional do papel, foram repassados pelo Governo Federal R$ 47,1 milhões e a Prefeitura do Recife já aplicou R$ 8 milhões para a desapropriação dos terrenos. O secretário de Habitação explica que o processo de desapropriação da comunidade Caranguejo Tabaiares foi algo “absurdo”, uma vez que durou uma década, praticamente. “A produção de habitação de interesse social no Recife não é fácil. Não dá também para fazer uma desapropriação de qualquer forma”, pontuou.
Acostumados com as promessas ao longo de mais de dez anos, moradores da comunidade chegaram a classificar o habitacional como “Terra Prometida”. De acordo com Sarah Marques, participante do Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste, a população local ainda têm receio de não serem os beneficiados e diz que falta diálogo com a prefeitura.
“Precisava ser um habitacional conversado com a comunidade e também integrado com a comunidade, porque nós estamos uma vez numa Zona Especial de Interesse Social e o habitacional chega com um muro de costas para a comunidade”, afirma Sarah.
“A gente vê o que eles fizeram na Vila Esperança, retirando as famílias e deixando um habitacional bem pequenininho. A resposta para a sociedade é que está fazendo habitacional”, ressalta a moradora, lembrando que a mobilização da comunidade garantiu a suspensão de projetos como a construção de uma via com três faixas para carros.
Saiba mais...
Famílias do Bode terão título de propriedade