INSTITUIçõES CENTENáRIAS DE PE » Poli é marco no ensino superior de PE A Escola Politécnica de Pernambuco, ou Poli como é mais conhecida, completou 113 anos este mês e segue referência nas engenharias

LARISSA AGUIAR

Publicação: 17/03/2025 03:00

Localizado na Rua Benfica, o prédio da Politécnica recebeu gerações de alunos que ajudaram a construir o estado (PRISCILLA MELO/DP FOTO)
Localizado na Rua Benfica, o prédio da Politécnica recebeu gerações de alunos que ajudaram a construir o estado

No último dia 6 de março, a Escola Politécnica de Pernambuco (Poli) comemorou 123 anos de história, marcando sua posição como uma das primeiras escolas de engenharia do Brasil. Fundada em 1912, durante a vigência da Lei Rivadávia, que promovia a liberdade de ensino, a Poli consolidou-se ao longo de mais de um século como um pilar da educação técnica e científica em Pernambuco e no Brasil.

Seu legado, que abrange a formação de milhares de engenheiros e a contribuição para o desenvolvimento econômico e social do estado, é celebrado não apenas pelos seus egressos, mas também pela sociedade pernambucana, que se beneficia de suas inovações e talentos.

A criação da Escola Politécnica de Pernambuco foi um marco no cenário educacional brasileiro, uma vez que ofereceu, pela primeira vez, uma formação especializada em engenharia fora das grandes capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.

O projeto nasceu do empenho de educadores e professores do Ginásio Pernambucano, uma instituição de ensino médio que foi a “madrinha” da nova escola de engenharia.

História
Em 6 de março de 1912, com a publicação de seu primeiro estatuto no Diário Oficial, a Poli foi oficialmente criada.

A instituição, registrada como sociedade civil e com personalidade jurídica desde 1918, começou suas atividades oferecendo cursos de Engenharia Civil, Industrial, Mecânica e Eletricista.

A proposta era atender a uma necessidade crescente no estado, que demandava profissionais qualificados para as obras de infraestrutura que se multiplicavam na época. À medida que o tempo passava, a Poli expandiu suas ofertas, ajustando-se às necessidades regionais, criando cursos especializados como Engenharia Arquitetônica, Geografia e Agrimensura, sempre com foco no desenvolvimento local.

O reconhecimento da Poli pelo Ministério da Educação (MEC) foi um processo gradual. Em 1934, a escola reorganizou seu curso de Engenharia Industrial, o qual foi oficialmente reconhecido pelo Decreto Federal nº 17.528, de 1944. Em 1953, a Poli restaurou o curso de Engenharia Civil, que também obteve reconhecimento em 1955.Esses marcos foram essenciais não apenas para a instituição, mas para a formação de profissionais que contribuíram diretamente para a modernização de Pernambuco e de várias regiões do Brasil.

Ao longo das décadas seguintes, a Poli não parou de evoluir. Em 1966, a escola ampliou ainda mais sua oferta de cursos com as modalidades de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica (Eletrotécnica) e Engenharia Elétrica (Eletrônica). Já na década de 1990, houve a introdução de cursos como Engenharia de Computação, Engenharia Mecânica Mecatrônica e Engenharia Elétrica (Telecomunicações), além de reformulações nas grades curriculares dos cursos já existentes.

Em 2004, a instituição implantou o curso de Sistemas de Informação, em Caruaru.

Muitos de seus egressos foram protagonistas de grandes obras de infraestrutura e inovação, sendo reconhecidos pela excelência profissional em diversas áreas, como construção civil, indústria e telecomunicações.

A contribuição de profissionais formados na Poli se estende para áreas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Um dos maiores legados da Poli é sua capacidade de formar engenheiros que compreendem as especificidades regionais e sabem aplicar seus conhecimentos para atender às necessidades do mercado local. Muitos engenheiros formados pela Poli se destacaram em projetos de urbanização, fornecimento de energia elétrica e até na construção de rodovias que interligaram o interior de Pernambuco ao restante do Brasil.

Atualmente, a Escola Politécnica de Pernambuco é parte integrante da Universidade de Pernambuco (UPE). A Universidade, que foi reconhecida pelo MEC em 1990, tem na Poli uma das suas mais importantes faculdades. A Poli, ao longo dos anos, também demonstrou seu compromisso com a educação continuada, por meio de cursos de pós-graduação e especialização, além de manter um relacionamento estreito com o mercado de trabalho e com as necessidades de inovação e pesquisa.

A trajetória da Poli reflete, assim, não apenas a história de uma escola de engenharia, mas também o progresso de Pernambuco e a inserção do Estado no cenário nacional e internacional. À medida que a sociedade enfrenta novos desafios, a Escola Politécnica de Pernambuco segue se reinventando, preparando os engenheiros que serão responsáveis pelas transformações do futuro.