Começa a sair do papel parque do José Estelita Local onde está sendo instalado o parque começou a ser isolado por tapumes e deve ter seus detalhes divulgados ainda este mês pelo Consórcio Novo Recife

NICOLLE GOMES

Publicação: 04/04/2025 03:00

O futuro parque público ficará de frente para a linha d´água da Bacia do Pina (FRANCISCO SILVA/DP FOTO)
O futuro parque público ficará de frente para a linha d´água da Bacia do Pina

Quem circula pelo Cais José Estelita já deve ter notado a mudança na paisagem da região do antigo Pátio Ferroviário das Cinco Pontas, ao lado do viaduto de mesmo nome, no bairro de São José. Desde o início desta semana, o local está sendo isolado por tapumes de alumínio, o que significa que o parque público previsto no projeto Novo Recife começará a sair do papel. O prazo de entrega está previsto para ser anunciado no final deste mês.

A construção do parque faz parte do modelo final acordado, em junho do ano passado, pelo Consórcio Novo Recife – encabeçado pela Moura Dubeux; a Prefeitura do Recife (PCR); e a Advocacia-Geral da União (AGU) com o objetivo de integrar ao projeto, a área do histórico Pátio Ferroviário das Cinco Pontas. A integração envolve a criação deste parque com a recuperação e proteção dos elementos da memória ferroviária tombados existentes no local.

O acordo também prevê a remoção do muro da Avenida Sul para ligação entre os bairros do Cabanga e São José. Segundo a Moura Dubeux, o “parque linear será uma área de lazer e convivência para a cidade, integrando-se ao projeto de urbanização da região. Sua estrutura contará com espaços verdes, áreas de contemplação e equipamentos para uso da população”.  

Na época da assinatura, o prefeito João Campos enfatizou que a área pública passou dos iniciais 50 mil metros quadrados para quase 100 mil metros quadrados.

O acordo estabeleceu ainda que, em troca da regularização da área, o Consórcio se comprometia a investir R$ 21 milhões na recuperação de equipamentos federais históricos, que são o areeiro, a oficina de locomotivas, a caixa d’água e o tanque de combustível, e também deve indenizar a União em R$ 900 mil pelos trechos sobrepostos, que passarão a ser área privada de uso público.

O pátio ferroviário de 55,6 mil metros quadrados corresponde a um terço do terreno que era de propriedade da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), extinta em 2007. É a área operacional do terreno, que não foi leiloada quando a União decidiu se desfazer dos imóveis da RFFSA, e pertence hoje ao Dnit. Com construções que datam de 1858, o pátio foi o incluído em 2015 na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário pelo Iphan.

A Moura Dubeux assegurou que os galpões que, hoje, compõem a paisagem local serão restaurados, respeitando “a sua relevância arquitetônica e cultural”. A destinação final deles ainda está sendo alinhada em conjunto com os órgãos públicos. Os empreendedores garantem que “o cronograma de entrega segue o planejamento definido com as autoridades envolvidas”.