Justiça solta mulher que matou marido Jussara Paes estava presa desde 2018, acusada do assassinato, esquartejamento e ocultação do cadáver do médico Denirson Paes

Adelmo Lucena e Marília Parente

Publicação: 02/05/2025 03:00

A farmacêutica Jussara Rodrigues da Silva Paes, condenada pelo assassinato, esquartejamento e ocultação do cadáver do marido em 2018, foi solta por determinação da Justiça na última quarta-feira (30). A decisão foi proferida pela 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que acatou um habeas corpus impetrado pela defesa. Ela cumpria pena na Colônia Prisional Feminina de Abreu e Lima, no Grande Recife, e foi autorizada a mudar para o regime de prisão domiciliar. A Promotoria de Justiça informou que irá recorrer da decisão.

O advogado da família de Dernison Paes, o advogado Carlos André Dantas, frisou que o filho mais velho, Danilo Paes, foi denunciado junto com a mãe e absolvido pelo conselho de sentença do júri de Camaragibe. Mas ele afirma que, recentemente, houve um parecer da procuradoria do TJPE para que o julgamento do filho seja anulado para que ele passe por um novo júri.

O Diario teve acesso a uma decisão assinada pela juíza Orleide Rosélia Nascimento Silva em que Jussara tem seu pedido para efetivar matrícula em um curso profissionalizante deferido. No documento, a reeducanda é autorizada a se deslocar para cumprir as atividades discentes, contanto que informe seu endereço domiciliar para efeito de controle de vigilância eletrônica e fixação do perímetro de deslocamento.

RELEMBRE
No dia 4 de julho de 2018, o corpo do médico Denirson Paes foi encontrado dentro de uma cacimba na residência da família,  em Aldeia. Até então, Denirson era considerado desaparecido.

As investigações revelaram que o corpo da vítima foi esquartejado e parte dos restos mortais estavam carbonizados. No dia seguinte à descoberta, a polícia prendeu a esposa da vítima, Jussara, e o filho mais velho, Danilo.

A defesa de Jussara alegou, à época, que ela sofria violência doméstica e teria agido em legítima defesa. A Polícia Civil, no entanto, sustentou que a motivação do homicídio foi a descoberta de uma traição conjugal por parte do médico.

Jussara permaneceu presa desde que o corpo foi encontrado e foi condenada em novembro de 2019. Já Danilo Paes foi absolvido em júri popular.

Anos depois, o filho mais novo do casal, Daniel Paes, acionou a Justiça e conseguiu uma sentença que obriga a mãe a pagar uma indenização superior a R$ 600 mil por danos morais e materiais decorrentes da morte do pai. Ontem, em redes sociais, Daniel lamentou a soltura da mãe. “Dia triste e revoltante”, disse.